Por Que Deus Permite Que Uma Bala Perdida Mate Gente Inocente?

• Por que Deus permite que uma bala perdida mate gente inocente?


Uma vez que acreditamos que Deus é o autor desse planeta e é soberano sobre ele, é inevitável perguntarmos onde ele está quando essas coisas ter-íveis acontecem.
Creio que a Bíblia responde a essas perguntas muitas e muitas vezes a partir de diversos pontos de vista e de muitas formas diferentes. Encontramos nossa primeira resposta, sem dúvida, no livro de Gênesis no qual aprendemos sobre a queda da humanidade.
A reação imediata de Deus à transgressão da raça humana contra sua determinação e autoridade foi amaldiçoar a terra e a vida humana. Morte e sofrimento entraram no mundo como resultado direto do pecado. Vemos a manifestação concreta disso no âmbito da natureza onde espinhos se tornam parte do jardim e a vida humana é agora caracterizada pelo suor da testa e pela dor que está presente até mesmo no nascimento de uma criança.
Isso ilustra o fato de que o mundo em que vivemos é um lugar que está cheio de tristezas e tragédias. Mas não devemos nunca concluir que exista uma correlação absoluta nessa vida entre o sofrimento e a culpa das pessoas vítimas de tragédias. Se não houvesse pecado no mundo, não haveria sofrimento. Não haveria acidentes fatais, nem balas perdidas. Porque o pecado está presente no mundo, o sofrimento está presente no mundo, mas não significa que se você tem dois quilos de culpa, vai receber dois quilos de sofrimento. Essa é a percepção que o livro de Jó tenta dissipar, assim como a resposta de Jesus à pergunta sobre o homem cego de nascença (Jo 9.1-11).
Por outro lado, a Bíblia deixa claro que Deus permite que tais coisas aconteçam e, de certa forma, ordena que tais eventos aconteçam como parte da situação presente que está sob julgamento. Ele não removeu a morte desse mundo. Mesmo que seja algo que pudéssemos considerar como uma morte prematura ou violenta, a morte faz parte da natureza das coisas. A única promessa é que haverá um dia quando o sofrimento cessará completamente.
Os discípulos de Jesus fizeram perguntas sobre situações semelhantes - por exemplo, o sangue dos galileus que se misturou com os sacrifícios feitos por Pilatos ou as dezoito pessoas que morreram quando um templo desabou. Os discípulos perguntaram como isso poderia acontecer. A resposta de Jesus foi quase severa. Ele disse: "se não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis", outra vez trazendo a questão de volta ao fato de que a impiedade moral torna possível para Deus permitir que tais coisas horríveis aconteçam num mundo decaído.


  • No Antigo Testamento, Deus trouxe julgamento sobre Israel e sobre outras nações através de acontecimentos catastróficos. Isso ainda acontece?



Deus ainda é Deus? Deus ainda é Senhor da História? A diferença é a seguinte: Quando Deus usava uma catástrofe como um meio de julgamento no Antigo Testamento, sabemos que seu julgamento estava por detrás da catástrofe porque temos o benefício da revelação escrita, dizendo-nos que ali estava a mão de Deus na História. Enquanto vivemos nossa vida e observamos nações sofrendo catástrofes e a calamidade atingindo muitas pessoas, não sabemos exatamente qual a relação entre essas catástrofes e o julgamento de Deus.
Permitam-me construir um paralelo bíblico aqui. No capítulo nono do Evangelho de João, os fariseus levantaram uma pergunta sobre o homem cego de nascença: "quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?" A resposta de Jesus: "Nem ele pecou, nem seus pais". Ele nasceu cego por uma razão completamente diferente. Não acontecera, na realidade, como expressão do julgamento divino. Esse texto, e todo o livro de Jó deveriam nos coibir, como indivíduos, de assumir que a tragédia, catástrofe ou calamidade de uma pessoa seja um ato direto do julgamento divino. Mas é possível que seja. Vemos casos sem conta nas sagradas Escrituras em que Deus, de fato, traz calamidade sobre a casa de pessoas que estão em flagrante desobediência para com Deus.
A Bíblia diz que somos culpados. Deus pode retardar o julgamento ou podemos receber julgamento temporal de suas mãos agora mesmo nesse mundo. Nunca sabemos com certeza se a calamidade que experimentamos como indivíduos é um ato direto de julgamento ou não. O que é verdadeiro para os indivíduos também é verdadeiro para as nações.
Lembro-me de ouvir Billy Graham dizer, num sermão há alguns anos: "Se Deus não trouxer julgamento sobre os Estados Unidos da América, ele: de pedir desculpas a Sodoma e Gomorra." Lembrem-se, Jesus avisou cidades que ouviram sua mensagem, Corazim e Betsaida, de que no dia juízo haveria mais tolerância para Sodoma e Gomorra do que para elas. Embora ora não tenhamos mais interpretações proféticas sobre as razões de Deus para trazer julgamento, sabemos que nenhuma nação jamais ficará isenta do julgamento de Deus.

 
fonte: Boa pergunta! RC Sproul Cultura Cristã

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Este Comentário será exibido após moderação dos Editores da equipe Plugados com Deus!

Instagram

Tipos de sermões que atrapalham o culto

  Tipos de sermões que atrapalham o culto  Robson Moura Marinho  A Arte de Pregar – A Comunicação na Homilética. São Paulo: VIDA NOVA, 1999....