A RESSURREIÇÃO DE JESUS CRISTO

A RESSURREIÇÃO DE JESUS CRISTO A doutrina da ressurreição física e histórica do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo constitui-se num dos pilares fundamentais do Cristianismo, não podendo, em hipótese alguma, ser removida, nem alterada, em sua essencialidade conceitual, sob pena de resultar inteiramente desfigurada a fé cristã. Ao longo da história, não poucas foram as vozes que se levantaram para questionar o fato concreto de ter o Filho de Deus, depois de ter passado três dias agasalhado no seio frio da terra, ressuscitado, corporalmente, e se apresentado, “com infalíveis provas”, aos seus discípulos, conforme o incontroverso testemunho das Escrituras Sagradas. Primeiro, de acordo com o relato dos evangelhos, houve uma fraudulenta tentativa de falseamento dos fatos. A estratégia mentirosa era se divulgar que os discípulos de Jesus Cristo haviam roubado o corpo de Jesus Cristo e, posteriormente, o ocultado e propagado a tese da sua ressurreição, contando, para o êxito do referido engodo, com a credulidade ingênua das massas ávidas por qualquer forma de expressão da esperança. Mais adiante, considerando que o Diabo nunca se cansa de atentar contra a verdade, dado que é o Pai da Mentira, os teólogos liberais encarregaram-se de produzir uma versão de cariz existencialista para a ressurreição de Jesus Cristo. Para esses apóstolos da incredulidade, Jesus Cristo não ressuscitou dos mortos literalmente, mas, sim, espiritualmente, no coração das pessoas que ouvem o seu evangelho; tomam conhecimento da sua mensagem; e, ato contínuo, acolhem-na; dão-lhe crédito e, assim, tornam melhor a si mesmas e o mundo no qual estão inseridas. Vê-se, aqui, claramente, que essa (des)crença radica em pressuposições puramente subjetivistas, carentes de qualquer dimensão de objetividade e historicidade. Para esses arautos consumados da incredulidade, que negam qualquer estatuto de sobrenaturalismo na Palavra de Deus, Jesus Cristo não morreu para salvar ninguém; antes, com a sua vida santa, amorosa, e morte solidária, deu-nos um grande exemplo, a fim de, inspirados nele, podermos nos aperfeiçoar moral e espiritualmente. Conquanto supostamente refinadas intelectualmente e matizadas por uma falsa piedade, inescondivelmente tingidas de exacerbado humanismo, tais pontos de vista são inspirados por aquele que, desde o princípio, tem-se oposto a Deus e à verdade da sua santa Palavra. Diferentemente dessas ideias contrárias à Palavra de Deus, aprendemos nas Escrituras Sagradas que a ressurreição de Jesus Cristo, operada pelo prodigioso e poder de Deus, foi corpórea, visível e histórica. Jesus Cristo, como ele mesmo afirmou e prometeu aos seus discípulos, ressurgiu dentre os mortos corporalmente, sendo visto e tocado por muitos no palco concreto da história. Examinada, à luz das Escrituras Sagradas, a ressurreição de Jesus Cristo sinaliza para uma série de verdades extremamente significativas para a vida do cristão. Em primeiro lugar, a ressurreição de Jesus Cristo ratifica a suficiência das Escrituras Sagradas, dado que, em várias passagens, ela é ensinada com inquestionável clareza. No Antigo Testamento, por exemplo, mais precisamente no poético Livro dos Salmos, aprendemos que Deus não permitiria jamais que o corpo do seu Filho amado experimentasse a corrupção inerente à morte física, numa indicação clara de que o foco, aqui, é o da ressurreição de Jesus Cristo. Em segundo lugar, a ressurreição de Jesus Cristo aponta para a sua completa vitória, na condição de verdadeiramente homem e verdadeiramente Deus, sobre a morte, o pecado e o Diabo. A morte de Jesus Cristo, na Bíblia Sagrada, não é encarada como um fatalismo histórico, contra o qual o Senhor Jesus Cristo nada pôde fazer, mas, sim, como uma entrega sacrificial voluntária, pois, como bem disse Jesus Cristo, ele recebeu do Pai um duplo mandamento: doar a sua vida em favor dos seus eleitos e, depois, reassumi-la na ressurreição. Em terceiro lugar, a ressurreição de Jesus Cristo é um indício claro de que a sua obra redentiva, em benefício do seu povo, foi plenamente aprovada pelo Pai, que o ressuscitou dentre os mortos, o glorificou e lhe conferiu um nome que está acima de todo nome; e diante de quem, na consumação de todas as coisas, todos os seres humanos haverão de se curvar e reconhecer o seu absoluto senhorio, conforme assevera o apóstolo Paulo em sua Epístola aos Filipenses. Em quarto lugar, a ressurreição de Jesus Cristo escancarou as portas do céu e propiciou a vinda, em plenitude, do Espírito Santo, para batizar a igreja, selá-la, fazer-se o penhor da sua herança eterna, e nela permanecer eternamente. Não que o Espírito Santo, no Antigo Testamente, fosse um ilustre desconhecido. Nada mais falso e desarmonizado com uma boa compreensão acerca da doutrina do Espírito Santo. O ponto, aqui, é a intrínseca relação que há entre a obra salvífica de Jesus Cristo e a descida do Espírito Santo. Em quinto lugar, a ressurreição de Jesus Cristo é o fundamento inabalável da nossa justificação, pois, de acordo com o inspirado escrito do apóstolo Paulo endereçado aos Romanos, Jesus Cristo “por nossos pecados foi entregue, e ressuscitou para nossa justificação” (Romanos 4.25b). Por último, a ressurreição de Jesus Cristo é a antecipada garantia de que nós haveremos também de ressuscitar e receber das mãos do nosso Salvador bendito, conforme as promessas infalíveis da sua Palavra, um corpo glorioso, completamente renovado, não mais sujeito às contingências terrenas, às tentações que nos angustiam, ao pecado que nos envergonha, à dor que nos maltrata, ao sofrimento que nos aflige e, por fim, à morte. Assim, rendamos ao Senhor Jesus Cristo, que morreu, mas está vivo pelos séculos dos séculos, hoje e sempre, todo louvor, honra, glória e adoração. Vivamos para o seu completo agrado, servindo-o, amando-o e a ele obedecendo irreservadamente. SOLI DEO GLORIA NUNC ET SEMPER. JOSÉ MÁRIO DA SILVA PRESBÍTERO

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