Halakhá Parte 2

Halakhá - 2ª Parte

2ª Parte – Halakhá e a Graça de D-us
Por Joseph Shulam
Traduzido e Adaptado por Yossef ben Yehudah
Um seguidor de Yeshua deve sempre levar em conta os princípios da graça de D-us. No desenvolvimento da halakhá messiânica, nós devemos permanecer tão perto da palavra de D-us quanto for possível, mas ao mesmo tempo lembrar que nosso julgamento não será baseado em qual tipo de papel higiênico nós usaremos no shabat, mas na graça de D-us através do sacrifício de Yeshua. Essa graça de D-us, porém, não pode ser levado como consideração principal para se fazer halakhá, deve ser levada em consideração apenas como uma atenuação pós-priori das circunstâncias.

Mateus 23.1-4, e o que isso implica para a halakhá judaico-messiânica hoje.

Yeshua e seus discípulos são uma parte do mundo dos fariseus na Terra de Israel durante o 1° século. Yeshua foi um fariseu em sua visão mundial, e todos os argumentos que ele teve com os fariseus foram “em casa”, argumentos entre “co-religionários”. Os fariseus trouxeram uma revolução religiosa no judaísmo do 1ª século antes da Era Comum. O fruto dessa revolução foi que D-us pode ser conhecido e discernido por qualquer estudante das Escrituras Sagradas. Antes dessa grande revolução, e de acordo com a Torah de Moisés o caminho para discernir a “Vontade de D-us” era perguntar ao sacerdote ou ao profeta. Quando essas duas insituições foram arruinadas pela corrupção e pelo helenismo, foi desenvolvida uma escola que buscou do texto da Torah as passagens que justificavam “estudo da Torah” como um caminho para o conhecimento da “Vontade de D-us”. E é com essa escola de pensamentos, a escola dos fariseus, que Yeshua e seus discípulos se identificavam. Essa é também as razão porque Yeshua era tão envolvido e às vezes até bravo com os fariseus, eles eram os mais próximo dele.. Do lado dos fariseus, é recíproco. Yeshua é considerado um deles, Isso é porque eles vinham a ele com acusações e questões de prática e tradição como a questão sobre a lavagem das mãos, e colher milho no shabat. Se ele fosse um saduceu, eles não teriam sequer se aborrecido para acusá-lo. Todos nós discutimos com as pessoas que mais são proximas a nós, e acusamos de hipocrisia aqueles a quem melhor conhecemos.

O significado de Mateus 23.1-2, para nós hoje não pode ser muito diferente do que os apóstolos no 1° século teriam entendido. Aqui está a minha breve exegese dessa passagem:

Verso 1: Yeshua estava falando às multidões e aos seus discípulos. Por que o texto viu “encaixe” para mencionar esse detalhe ? O Espírito Santo através do texto do evangelho quis que todos soubessem que a autoridade das palavras de Yeshua nesse caso é aplicável às multidões, que no contexto do 1° século que seriam “Am haAretz (Povo de Israel)”, e aos seus próprios discípulos.

Verso 2: “Os mestres da Torah e os fariseus se sentam na cadeira de Moisés”. A cadeira de Moisés foi encontrada em várias sinagogas datadas do período da Mishná. Na sinagoga, a cadeira de Moisés servia como o púlpito hoje. Era o lugar que o rabino sentava depois da leitura da Torah e dava sua “drashá” ou “homília” em português. O conceito po trás desse relato é difícil de entender sem lembrarmos que o mundo judaico do 2° e 3° séculos antes da Era Comum sofreu uma grande revolução. A revolução farisaica na qual o Tanakh veio a ser o padrão pelo qual o homem pode conhecer a Vontade de D-us. Em outras palavras, o texto do Tanakh se tornou a revelação de D-us. Então, agora o estudo e a interpretação são os caminhos para discernir a vontade de D-us. Nesse quadro entram as sinagogas que eram o lugar de reunião para estudar e ouvir da Torah. Então, o rabino que estava na linha de autoridade de Moisés tinha o direito de interpretar o texto e trazer conclusões práticas ou morais do texto. Essa era a forma primitiva de halakhá na comunidade judaica.

Yeshua estava dizendo às multidões e aos seus discípulos que os mestres da Torah e os fariseus tinham autoridade para interpretar e fazer halakhá quando eles estavam explicando o texto da Torah de Moisés.

As palavras de Yeshua aqui não davam “carta branca” para os mestres da Torah ou para os fariseus fazerem halakhá para os discípulos de Yeshua. O relato os limita ao tempo que eles estivessem sentados na “cadeira de Moisés”. Em outras palavras, quando eles estivessem explicando o texto da Torah na sinagoga.

Verso 3a: É muito importante entender essas palavras de Yeshua: “então vocês devem obedecê-los e fazer tudo o que eles vos disserem”. Na época de Yeshua não havia ensinamento contrário a ele que fosse oficial ou autorizado. Em aproximadamente 2 mil anos de história ”cristã” a situação do povo judeu e da cristandade tem mudado significativamente. A tradição judaica tem mantido muitas decisões halákhicas que são por razões polêmicas contra o cristianismo e o próprio Yeshua. Eu penso que se nós pusermos as palavras de Yeshua de volta no contexto histórico do 1° século no qual eram determinadas, nós ainda podemos obedecê-las e continuar respeitando a tradição judaica de exegese e interpretação da Torah.

Verso 3b: A intrução que Yeshua dá aqui é muito interessante e nos faz lembrar das palavras do Rei Yanai para sua esposa Rainha Sh’lom Zion. Yanai disse para a sua esposa, “não tema aos que se chamam a si mesmos fariseus. Tema aos que se chamam a si mesmos fariseus e são hipócritas”

Verso 4: É notório que o problema foi a criação de muitas regras para a Torah que não eram cumpridas por eles mesmos, ou fazendo exigências e colocando fardos nas pessoas sem se concentrar na viabilidade ou na possibilidade de mantê-los. A Torah foi dada para a vida não para teoricistas que vivem no Beit Midrash e nunca têm que lidar com aspectos diários e práticos da nossa fé.

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