O Feminismo Cristão: Como Tudo
Começou
Augustus Nicodemus Lopes

Origens do Movimento Feminista
Fora da Igreja
Examinemos primeiramente o
movimento feminista fora da igreja, focalizando suas principais protagonistas.
Século 18: A Vindicação dos
Direitos da Mulher
A “Primeira Onda” do feminismo
teve início na primeira metade dos anos de 1700 quando uma inglesa, Mary
Wollstonecraft (foto), escreveu A Vindication of the Rights of Woman (A
Vindicação dos Direitos da Mulher). Um ano depois desta publicação, Olimpe de
Gouges publicou um panfleto em Paris intitulado Le Droits de La Femme (Os
Direitos da Mulher) e uma americana, Judith Sargent Murray, publicou On the
Equality of the Sexes (Sobre a Igualdade dos Sexos). Outras pensadoras
feministas surgiram em pouco tempo tais como Frances Wright, Sarah Grimke,
Sojourner Truth, Elizabeth Cady Stanton, Susan B. Anthony, Harriet Taylor e
também John Stuart Mill. Seus pensamentos e obras foram defendidos com fervor e
pouco a pouco foram deitando profunda influência na sociedade moderna
contemporânea do mundo ocidental.
Século 19: A Declaração dos
Sentimentos
Em 1848 cerca de 100 mulheres se
reuniram em uma convenção em Seneca Falls, Nova York, para ratificar a
Declaração dos Sentimentos escrita para defender os direitos naturais básicos
da mulher. As autoras da Declaração dos Sentimentos reclamavam que as mulheres
estavam impedidas de galgar posições na sociedade quanto a empregos melhores,
além de não receber pagamento eqüitativo pelo trabalho que realizavam. Notaram
que as mulheres estavam excluídas de profissões tais como teologia, medicina e
advocacia e que todas as universidades estavam fechadas para elas. Denunciavam
também um duplo padrão de moralidade que condenava as mulheres a penas
públicas, enquanto excluía os homens dos mesmos castigos em relação a crimes de
natureza sexual.
A Declaração dos Sentimentos foi
um marco profundamente significativo no movimento feminista. Suas
reivindicações eram, em sua grande maioria, justas e consistentes. Por isto, o
movimento foi ganhando muitas e muitos adeptos, apesar, e por causa das grandes
barreiras que foram impostas às mulheres que se expunham na defesa de suas
idéias e ideais. As leis do divórcio foram liberalizadas e drásticas mudanças
ocorreram com o status legal da mulher dentro do contexto do casamento. Por
volta dos anos 30, como resultado de sua educação qualificada e profissional,
as mulheres começaram a entrar no mercado de trabalho como força competitiva.
Muitas das barreiras legais, políticas, econômicas e educacionais que
restringiam a mulher foram removidas e esta começa a pisar o mundo do homem com
paixão e zelo.
Século 20: Simone deBeauvoir e
Betty Friedan
A primeira fase da construção do
feminismo moderno começou com a obra da filósofa francesa Simone deBeauvoir
(foto), Le Deuxième Sexe (O Segundo Sexo), em 1949. As mulheres, segundo
deBeauvoir, foram definidas e diferenciadas tomando como referencial o homem e
não com referência a elas mesmas. Ela acreditava que o sexo masculino
compreendia a medida primeira pela qual o mundo inteiro era medido, incluindo
as mulheres, sendo elas definidas e julgadas por este padrão. O mundo pertencia
aos homens. As mulheres eram o “outro” não essencial. Simone deBeauvoir observa
esta iniqüidade do status sexual em todas as áreas da sociedade incluindo a
econômica, industrial, política, educacional e até mesmo em relação à
linguagem. As mulheres foram forçadas pelos homens a se conformar e se moldar
àquilo que os homens criaram para seu próprio benefício e prazer. Às mulheres
de seus dias não foi permitido ou não foram encorajadas a fazer ou se tornar
qualquer outra coisa além do que o feminino eterno ditava; elas foram cerceadas
num papel de “Küche, Kirche, und Kinder” (cozinha, igreja e filhos, em alemão).
De acordo com deBeauvoir a mulher estava destinada a existir somente para a
conveniência e prazer dos homens.
No início dos anos 60 uma
jornalista americana, Betty Friedan, transformou os conceitos filosóficos de
Simone deBeauvoir em alguma coisa mais assimilável para a mulher moderna, ao
publicar A Mística Feminina, um livro onde examinava o papel da mulher norte
americana. De acordo com Friedan, as mulheres dos seus dias foram ensinadas a
buscar satisfação apenas como esposas e mães. Ela afirmou que esta mística do
ideal feminino tornou as mulheres infantis e frívolas, quase como crianças,
levianas e femininas; passivas; garbosas no mundo da cama e da cozinha, do
sexo, dos bebês e da casa. Assim como deBeauvoir, ela afirma que a única
maneira para a mulher encontrar-se a si mesma e conhecer-se a si mesma como uma
pessoa seria através da obra criativa executada por si mesma. Friedan batizou o
dilema das mulheres de “um problema sem nome”. Friedan concordou com deBeauvoir
que a libertação das mulheres haveria de requerer mudanças estruturais
profundas na sociedade. Para isto, as mulheres precisariam ter controle de suas
próprias vidas, definirem-se a si mesmas e ditar o seu próprio destino.
O Problema sem Nome: Patriarcado
No final dos anos 60 a autora
feminista Kate Millett (foto) usou o termo “patriarcado” para descrever o
“problema sem nome” que afligia as mulheres. O termo tem sua origem em duas
palavras gregas: pater, significando “pai” e arche, significando “governo”. A
palavra patriarcado era entendida como o “governo do pai”, e era usada para
descrever o domínio social do macho e a inferioridade e a subserviência da
fêmea. As feministas viram o patriarcado como a causa última do
descontentamento das mulheres. A palavra patriarcado define o problema que
deBeauvoir e Friedan não puderam nomear mas conseguiram identificar. De acordo
com as feministas, o patriarcado foi o poder dos homens que oprimiu as mulheres
e que era responsável pela infelicidade delas. As feministas concluíram que a
destruição do patriarcado traria de volta a plenitude das mulheres. A
libertação das mulheres do patriarcado haveria de permitir que elas se
tornassem íntegras.
Surgimento do Movimento Feminista
Dentro da Igreja
Podemos considerar o livro de
Katherine Bliss, The Service and Status of Women in the Church (O Trabalho e o
Status da Mulher na Igreja, 1952) como o marco inicial do moderno movimento
feminista dentro da cristandade. O livro era baseado numa pesquisa sobre as
atividades e ministérios nos quais as mulheres cristãs estavam comumente
envolvidas. Bliss observou que, embora as mulheres estivessem extremamente
envolvidas na vida da Igreja, a participação delas estava limitada a papéis
auxiliares tais como Escola Dominical e Missões. As mulheres não participavam
em lideranças tradicionalmente aceitas, tais como as atividades de ensino,
pregação, administração e evangelismo, ainda que muitas delas pareciam estar
preparadas e terem dons para este exercício. Bliss chamou a atenção da Igreja
para a reavaliação dos papéis homem/mulher na Igreja, particularmente da
ordenação de mulheres.
Ativistas Cristãos compram a
Briga
A obra de Bliss serviu de munição
para ativistas cristãos na luta pelos direitos civis e políticos em 1961. Eles,
juntamente com as feministas na sociedade secular, começaram a vocalizar o seu
descontentamento com o tratamento diferenciado que as mulheres recebiam por
causa do seu sexo, inclusive dentro das igrejas cristãs. Neste mesmo ano,
vários periódicos evangélicos publicaram artigos sobre a “síndrome das mulheres
limitadas aos papéis da casa e esposa”, onde se argumentava que as mulheres
estavam restritas a papéis inferiores na Igreja. Os homens podiam se tornar
ministros ordenados, mas às mulheres se lhes impunham barreiras nas atividades
ministeriais como ensino, aconselhamento e pastoreamento. As mulheres,
afirmavam os ativistas, desejam participar da vida religiosa num nível mais
significativo do que costura ou a direção de bazares ou arrumar a mesa da Santa
Ceia ou serviços gerais tais como o levantamento de recursos para os
necessitados, os quais freqüentemente são designados a elas. Tanto quanto com
trabalho físico, elas desejam contribuir com idéias para a Igreja.
O Concílio Mundial de Igrejas
A atenção sobre os papéis do
homem e da mulher dentro da Igreja se tornou mais intenso na medida em que o
movimento secular das mulheres foi ganhando força. Ainda em 1961 o Concílio
Mundial de Igrejas distribuiu um panfleto intitulado Quanto à Ordenação de
Mulheres, chamando as igrejas afiliadas para um “re-exame de suas tradições e
leis canônicas”. Várias denominações começaram a aceitar que o cristianismo
havia incorporado em seus valores uma atitude patriarcal dominante da cultura
de suas origens. Muitos católicos, metodistas, batistas, episcopais,
presbiterianos, congregacionais e luteranos concordaram: a mulher na Igreja
precisa libertação. Com esta conclusão em mente, de que a mulher precisava de
libertação dentro da Igreja, estabeleceu-se um curso de ação que tinha como
alvo abrir as avenidas para o ministério ordenado das mulheres tanto quanto
para os homens.
Nos anos 60 as feministas cristãs
se colocaram num curso paralelo àquele estabelecido pelas feministas na
sociedade secular. Elas, junto com suas contra partes, buscaram anular a
diferenciação de papéis de homem/mulher. O tema dominante foi a necessidade da
mulher definir-se a si mesma. As feministas criam que às mulheres se deveria
permitir fazer tudo o que o homem pode fazer, da mesma maneira e com o mesmo
status reconhecido que é oferecido ao homem. Isto, segundo elas criam,
constituía a verdadeira igualdade.
Os Primeiros Argumentos em Prol da
Ordenação de Mulheres
As feministas cristãs buscaram a
inclusão das mulheres na liderança da Igreja sem uma clara análise da estrutura
e funcionamento da mesma segundo os padrões bíblicos. Meramente julgaram-na
como sexista e começaram a incrementar o curso de ação em resposta a este
julgamento. As feministas cristãs, de mãos dadas com suas contra partes
seculares, começaram a demandar “direitos iguais”. Na reivindicação destes
direitos, àquela altura do movimento feminista cristão, ainda partiam do pressuposto
que a Bíblia era a Palavra de Deus. Vejamos seus argumentos.
Os Pais da Igreja Foram
Influenciados pelo Patriarcado
Segundo as feministas cristãs,
Clemente de Alexandria, Origines, Ambrósio, e Crisóstomo, Tomás de Aquino,
Lutero, Tertuliano, Calvino e outros importantes teólogos e líderes da Igreja
Cristã, influenciados pelo patriarcado, reafirmaram a inferioridade da mulher
através da história da Igreja e, assim, proibiram a ordenação de mulheres e
cometeram erros quanto aos papéis conjugais. As mulheres foram excluídas das
posições de autoridade porque os pais da Igreja as viam, em sua própria
natureza, como inferiores e menos capazes intelectualmente do que os homens.
A Bíblia ensina a Igualdade dos
Sexos
Em segundo lugar, as feministas
cristãs passaram a afirmar que a Bíblia dava suporte à plena igualdade das
mulheres e que os homens haviam negligenciado estes conceitos bíblicos. As
primeiras feministas cristãs afirmam que o registro da criação da mulher no
Gênesis tem sido quase que universalmente interpretado de uma maneira
equivocada para se ensinar que “Deus impôs a inferioridade e a sujeição” da
mulher. Os teólogos (homens) foram acusados pelas primeiras feministas de
ignorarem as passagens bíblicas que dão suporte à igualdade feminina, torcendo-as
para o seu próprio interesse. A doutrina da liderança da Igreja que excluía as
mulheres do ministério foi, portanto, apresentada como um subproduto de um
estudo amputado das Escrituras.
Não há Diferença entre Homem e
Mulher
A tese maior proposta pelas
feministas cristãs no início dos anos 60 era idêntica às teses do feminismo
secular: não há diferença entre homem e mulher. As feministas argumentaram que
concernente às emoções, psique e intelecto, não há demonstração válida de
diferenças entre mulheres e homens. Qualquer aparente diferença resulta única e
exclusivamente de condicionamentos culturais e jamais de fatores biológicos.
Portanto, tendo em vista a igualdade dos sexos, as feministas cristãs reclamam
que a mulher deve ser posta em posições de plena liderança dentro de casa e na
Igreja em igualdade com os homens.
O primeiro passo do movimento
feminista dentro da Igreja foi a ordenação das mulheres para os ofícios
eclesiásticos e este foi somente o primeiro passo. A ordenação das mulheres requer
o desenvolvimento de uma nova teologia, de uma nova visão sobre Deus, sobre a
Bíblia, o culto e o mundo. A teologia deve se redefinir, alinhando-se com o
ponto de vista feminino. Foi o próximo passo dado.
Desenvolvimentos Posteriores da
Teologia Feminista
Uma teologia inteiramente nova
deveria ser buscada, portanto, baseada na experiência e na interpretação da
mulher. Um novo desenvolvimento teológico era necessário para dar suporte à
ordenação feminina. Esta nova teologia se moveu em várias direções. Veremos que
ordenação feminina é apenas um item de uma agenda muito maior e mais radical.
Reinterpretação da Sexualidade
Feminina
Rejeitando a definição de
feminilidade e dos papéis femininos que lhes foram impostos pelos homens e pela
mentalidade patriarcal dominante, uma parte significativa das ativistas
radicais demandaram uma nova definição destes itens que partisse de outro
referencial. A conclusão a que chegaram foi que a própria mulher é o melhor referencial
para sua autodefinição. E na caminhada desta nova descoberta, ela deve se
descobrir em relação com outras mulheres e não com o homem. É preciso registrar
que não foram todas as feministas que concordaram com este novo passo.
Na década de 70, movimentos
radicais em prol do lesbianismo passaram a identificar sua missão e propósito
com o movimento feminista em geral. Foi aqui que o lesbianismo entrou no
movimento feminista cristão mais radical como elemento chave na reinterpretação
da mulher, sua feminilidade, espiritualidade e papéis. A maior contribuição
para a entrada do lesbianismo no movimento feminista foi dada pela líder
feminista Kate Millet, que publicamente admitiu ser lésbica, após escrever o
livro Sexual Politics, best-seller publicado em 1970. O fato ganhou divulgação
mundial mediante reportagem da revista Time naquele mesmo ano. Surgiram dentro
das igrejas grupos de lésbicas “cristãs” pressionando para a ordenação de
mulheres, de lésbicas, a celebração do casamento gay e aceitação de homossexuais
e lésbicas ativos como membros comungantes.
Reinterpretação Feminista da
Bíblia
A teologia feminista veio a ser
profundamente afetada pela hermenêutica pós-moderna, a qual ensina que a
escrita e a leitura de qualquer texto são irremediavelmente determinadas pelas
perspectivas sociais e experiências de vida dos seus autores e leitores. A esta
altura, já se havia abandonado o conceito da inspiração e infalibilidade da
Bíblia.
Empregando-se este princípio na
leitura da Bíblia, as feministas cristãs concluíram que a mesma é um livro
machista e reflete o patriarcado dominante na cultura israelita e grega daquela
época. A Bíblia é o livro de experiências religiosas das mulheres e dos homens,
judeus e cristãos, mas seu texto foi formado pelos homens, adultos e
instruídos. Poucos textos foram escritos por mulheres. Como resultado, os
autores freqüentemente enfatizaram somente o papel dos homens. Eles contaram a
história de todo o povo a partir de sua expectativa masculina. Desenvolveram a
visão patriarcal da religião a ponto de transformar Deus — um puro espírito sem
gênero — em um ser masculino! E que este Deus sempre escolheu homens como
profetas, sacerdotes e reis porque os homens são melhores ou mais fortes
moralmente do que as mulheres!
As feministas radicais
propuseram, assim, uma reinterpretação radical da Bíblia partindo da ótica
delas. Propuseram também que as mulheres aprendessem a examinar as leituras
feitas na ótica patriarcal e a impugnar qualquer interpretação distorcida pelo
machismo. De acordo com elas, a interpretação tradicional da Bíblia sempre foi
masculina pois o masculino era tido como universal. Hoje, essa leitura
ideológica incomodava muitas mulheres e homens nas igrejas.
Elas passaram ainda a defender a
publicação de versões bíblicas onde o elemento masculino fosse tirado da
linguagem. Estas versões, chamadas de “linguagem inclusiva” não deveriam mais
se referir a Deus como Pai e deveriam
chamar Jesus de “a criança de Deus” em vez de Filho de Deus. Já existem dezenas
de versões bíblicas assim no mercado mundial. Algumas feministas ainda mais
radicais declararam que a Bíblia não é confiável e que as histórias das
mulheres de hoje precisam ser adicionadas ao cânon da Bíblia.
Reinterpretação do Cristianismo
Como resultado desta nova leitura
da Bíblia, orientada contra todo elemento masculino e contra o patriarcalismo,
as feministas propuseram uma reforma radical no Cristianismo tradicional. A
ordenação de mulheres é apenas um pequeno aspecto deste projeto. Na concepção
delas, a verdadeira religião deve conter elementos que reflitam o poder e a
cooperação das mulheres, cuja principal característica é gerar a vida. Assim,
mui naturalmente, as feministas adotaram e “cristianizaram” os antigos cultos
pagãos da fertilidade, que celebram os ciclos da natureza, as estações do ano,
a fertilidade da terra, as colheitas e a geração da vida. Os cultos seguem
temas litúrgicos relacionados com as estações do ano. Este novo Cristianismo
feminino entende que a mulher é mais apta que o homem para estabelecer e
conduzir a religião, pois enquanto o homem, guerreiro, mata e tira a vida, a
mulher gera a vida. Aquela que conduz a vida dentro de si é mais adequada para
definir a religião e conduzir seus cultos.
Reinterpretação de Deus
O passo mais ousado dado pelo
movimento feminista cristão radical foi a "reinvenção de Deus". Mais
de 800 feministas, gays e lésbicas do mundo inteiro reuniram-se nos Estados
Unidos em 1998 num Congresso chamado Reimaginando Deus. Os participantes
chegaram a conclusões tremendas: o verdadeiro deus de Israel era uma deusa
chamada Sofia, que os autores masculinos transformaram no deus masculino Javé,
homem de guerra. Jesus Cristo não era Deus, mas era a encarnação desta deusa
Sofia, que é a personificação da sabedoria feminina. Esta deusa pode ser
encontrada dentro de qualquer mulher e é identificada com o ego feminino (na
foto, capa de livro publicado sobre o assunto). No Congresso celebraram uma
“Ceia” onde o pão e o vinho foram substituídos por leite e mel, e conclamaram
as igrejas tradicionais a pedir perdão por terem se referido a Deus sempre no
masculino. Amaldiçoaram os que são contra o aborto e abençoaram os que defendem
os gays e as lésbicas.
Conclusão
A leitura das origens e
desenvolvimentos do movimento feminista, tanto o secular quanto o cristão,
deixa claro que a ordenação de mulheres ao ministério é apenas um item da
agenda muito mais ampla dos feministas radicais dentro da igreja cristã.
É claro que nem todos os que
defendem a ordenação de mulheres concordam com tudo que se contém na agenda do
movimento feminista cristão. É preciso deixar isto muito claro. Conheço
pessoalmente diversos irmãos preciosos que são a favor da ordenação de mulheres
ao pastorado mas que repudiam as demais teses do movimento feminista radical. O
que estou descrevendo aqui principalmente é a postura dos radicais dentro do
feminismo evangélico.
Entretanto, não se pode deixar de
notar a semelhança notável entre muitos dos argumentos usados para defender a
ordenação feminina e aqueles empregados na defesa do homossexualismo nas
igrejas, das versões feministas da Bíblia e mesmo da reinvenção de Deus e do
Cristianismo.
[Este artigo é reprodução da
primeira parte de um Caderno sobre Ordenação Feminina que publiquei algum tempo
atrás, que por sua vez utilizou a pesquisa histórica da tese de mestrado do
Rev. Ludgero Morais sobre o tema.]