Rev. José Roberto de Souza*
Na revista "Cristianismo Hoje" descobrimos um artigo sobre o quinto centenário de nascimento de João Calvino de autoria de Yuri Nicolai. Nele lemos: "Quinhentos anos depois do nascimento do reformador João Calvino, suas ideias estão ganhando nova força Recentemente, a revista americana Time lis-tou em sua edição eletrônica as dez ideias que mais estão mudando o mundo neste exato momento. E o calvinismo está lá (...)" (jun/jul 2009: p. 48). Não podemos negar que a maioria das pessoas não tem muita simpatia em estudar história Consequentemente desconhecem o passado, bem como pessoas importantes, as quais deveriam ser sempre lembradas. Fica fácil percebermos essa afirmação quando, muitas vezes, essas mesmas pessoas resolvem opinar sobre o que elas tão pouco conhecem. Exemplo disso, é a visão que muitos têm a respeito do reformador João Calvino, como bem observa Silvestre: "Há seguidores de Calvino que se negam a uma leitura mais acurada de seus escritos" (Silvestre: 2002, p. 216). O saldo disso é que criam uma imagem caricata do reforma-dor. Mesmo diante da celebração dos 500 anos do seu nascimento, Calvino continua sendo lembrado, e é constantemente citado. Porém, não faltam opiniões a seu respeito. "Poucas pessoas na história do cristianismo têm sido tão supremamente estimadas ou tão mesquinhamente desprezadas quanto Calvino." (George: 1994, p.l67). É certo que essa injustiça cometida ao grande reformador, não é nenhuma novidade, pois ò seu próprio amigo, já denunciava esse erro: "Beza dizia que era mais fácil caluniar Calvino do que o imitar." (Ferreira 1990, p. 217).
Calvino foi "reformador da segunda geração. Quando nasceu, Lutero já estava dando conferência na Universidade de Enfurt. Os dois reformadores nunca se encontraram pessoalmente. Ainda assim, Lutero elogiou alguns dos primeiros escritos de Calvino que lhes haviam sido enviados." (George: 1994, pp. 165-164). Como escritor ".Calvino foi incansável. Foi autor não somente das famosas Institutas, mas também de comentários de quase todos os livros da Bíblia, bem como de centenas de cartas e sermões." , (Barro: 1998, p. 42): "O génio de Calvino era mais para organização do que para especulação teológica" (Bettenson: 1998, p. 320). Como mestre da língua latina foi o primeiro grande, teólogo a usar o francês pára escrever teologia "Preferiu utilizar a linguagem comum no lugar do vocabulário dos teólogos escolásticos." (Leith: 1996, pp. 182-183). Deixou um legado literário incomparável. Escreveu comentários bíblicos, sermões, folhetos, tratados, cartas, estudos litúrgicos e catequéticos. "Durante sua vida, Calvino escreveu mais do que a maioria das pessoas é capaz de ler." (George: 1994, p. 188). Como pregador Calvino foi "mestre numa época em que o púlpito era o principal meio de comunicação para uma cultura inteira Pregava duas vezes aos domingos e uma vez por dia em semanas alternadas. Seus sermões eram anotados à mão por diversos fiéis franceses refugiados." (George: 1994, p. 187). Por esses e tantos outros motivos, fica fácil perceber o porquê de Calvino ser sempre lembrado.
*Reverendo José Roberto de Souza é professor e coordenador do Departamento de História no Seminário-Presbiteriano do Norte (SPN)
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