AS PODEROSAS PALAVRAS DE JESUS CRISTO (PARTE II)


                               
                Quando passamos a meditar mais profundamente nas palavras proferidas por Jesus Cristo durante o seu ministério nas terras da Palestina, damo-nos conta de que para a nossa alma não há atividade mais plenificante do que essa, porque, de fato, as palavras que brotaram dos santos lábios do Filho de Deus, e que foram infalivelmente registradas por homens que as escreveram sob a inerrante supervisão do Espírito Santo, são caminho, verdade e vida, roteiro seguro para nos instruir acerca de tudo quanto precisamos saber sobre Deus e os valores eternos do seu inabalável reino.
                Assim, numa época como a em que estamos inseridos, caracterizada por uma espécie de babel de vozes que se cruzam, recruzam e embaraçam os seres humanos, que se veem cada vez mais perdidos, sem rumo certo, nem direção confiável, nada pode exceder a delícia dos pastos verdejantes e a cristalinidade das águas tranquilas, para as quais somos conduzidos pelas poderosas palavras de Jesus Cristo.
                As poderosas palavras de Jesus Cristo são esclarecedoras, dissipam as sombras da ignorância e nos propiciam o conhecimento verdadeiro acerca do Pai. As Escrituras Sagradas, com especialidade os evangelhos, apontam-nos algumas situações em que as palavras de Jesus Cristo trouxeram libertadora luz a quem perecia nas trevas do engano e da incompreensão. Dentre essas, penso que avulta como das mais relevantes a que põe em cena os desanimados e decepcionados discípulos de Jesus Cristo que iam para a cidade de Emaús.
                A narrativa encontra-se presente no evangelho escrito pelo médico e historiador Lucas. Presumindo que a promessa da ressurreição de Jesus Cristo não passara de uma ilusória falácia; e que a morte do Filho de Deus era o último capítulo de um enredo tecido e destecido pelos ingredientes de uma fé falsa e de uma frustração verdadeira, dois discípulos de Jesus Cristo, enquanto caminhavam para a cidade de Emaús, travaram um diálogo cindido entre a tristeza e a desesperança, cuja essência poderia ser sumariada da seguinte forma: Cristo Jesus, em quem depositamos toda a nossa fé, morreu. Há três dias jaz sob a lápide fria de uma indiferente sepultura. A prometida ressurreição dentre os mortos não passou de um cruel engodo. E a nós, incautos e crentes numa rematada mentira, o que resta é a vergonha por termos acreditado numa tola fantasia e, pior, o ódio e a perseguição das autoridades político-religiosas de Roma e de Israel.
                Eis o flagelo existencial que se abatera sobre dois homens tristes, solitários e invadidos pelo paralisante sentimento do medo. Conquanto tivessem convivido com Jesus Cristo, ao longo de três fecundos anos, os discípulos de Emaús, como vezes sem conta acontece também conosco, haviam se tornado presas fáceis dos tentáculos agrilhoantes da incredulidade. Vendo-os assim, nesta lastimável realidade, Jesus Cristo aproxima-se deles, os censura pela incompreensão teológica e falta de discernimento espiritual; e, por fim, abre-lhes o entendimento a fim de levá-los a compreender, cabalmente, o que a seu respeito estava escrito na totalidade das Sagradas Escrituras. Ao instruí-los por meio das Escrituras Sagradas, Jesus Cristo ensina que era necessário, sim, que o Cristo morresse, substitutivamente, pelos pecados do seu povo. Era necessário, sim, que ele ressuscitasse ao terceiro dia a fim de conferir ao seu povo suficiente e definitiva justificação pela fé. Era necessário, sim, que ele retornasse ao Pai, vitorioso, e dos céus enviasse o seu Santo Espírito, selo da nossa redenção, penhor da nossa herança, garantia segura de que somos propriedade definitiva de Deus, herdeiros de uma tão grande salvação, conquistada, graciosamente, para nós, pelo sacrifício eficaz de Jesus Cristo na cruz do calvário.
                Também hoje, pelo diligente estudo das Sagradas Escrituras e pela indispensável iluminação que nos advém da operação do Espírito Santo, podemos ser esclarecidos pelas poderosas palavras de Jesus Cristo, que alargam as fronteiras da nossa mente, dilatam os compassos do nosso coração e nos levam a conhecer e a continuar conhecendo ao Deus único, vivo e verdadeiro, capacitando-nos, deste modo, a amá-lo, servi-lo e adorá-lo em espírito e em verdade, prestando-lhe, continuamente, o culto que lhe é devido e, de igual modo, vivendo de modo agradável e consonante com a sua santidade. Que as poderosas palavras de Jesus Cristo continuem a ser o permanente alimento da nossa alma. SOLI DEO GLORIA NUNC ET SEMPER.
                                                                                              JOSÉ MÁRIO DA SILVA
                                                                                              PRESBÍTERO

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