Porque, de conformidade com as
Escrituras Sagradas, depois da queda de Adão e de Eva, nossos representantes
federais diante de Deus no Pacto das
Obras, todos nós morremos espiritualmente e, ato contínuo, adquirimos uma
natureza corrupta e inteiramente contrária à santidade do Senhor. A essa
congênita corrupção de todas as dimensões constitutivas do ser humano:
mente/afetos/vontade, a Teologia Reformada,
com sobrante chancela bíblica, chama de Depravação
Total. Isso não quer dizer que todos os homens são igualmente depravados,
no sentido de que são completamente destituídos de qualquer dique moral, ou de
que todos eles, de modo similar, cometem as mesmas torpezas, mas sim que todos
estão, sem exceção e sem distinção, amplamente incapacitados para obedecerem a
Deus e se conformarem ao elevado padrão estabelecido por sua santa lei. De
acordo com o teólogo conservador J. Dwight Pentecost, a doutrina da Depravação Total não significa que
todos os homens são os piores possíveis, mas sim que estão todos na pior
situação possível diante de Deus. Porque, sem o novo nascimento, nós estamos
plenamente inabilitados para contemplar o reino de Deus e, também, para
ingressar nele com a nossa capacidade e supostos méritos. Porque, sem o novo
nascimento, nós não passamos de pecadores perdidos e, de igual modo,
inteiramente expostos ao justo juízo de Deus. Porque, sem o novo nascimento, o
que nos espera na eternidade é o completo banimento da presença daquele que nos
criou à sua imagem e semelhança, para o louvor da sua majestosa glória.
O novo nascimento é um milagre
poderoso operado pelo Espírito Santo, por meio da pregação fiel e eficaz do
evangelho da graça de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Quando alguém
realmente experimenta a graça do novo nascimento, torna-se, como preconizou o
apostolo Paulo em sua Segunda Epístola aos Coríntios, “uma nova criatura. As coisas velhas passam. Tudo se faz novo”. O
amor de Deus brota no coração. Há fome e sede da Palavra do Senhor. Há
crescimento em santificação. Há um refinamento do caráter manifestado pelo
florescimento visível do fruto do Espírito Santo. Há um anelo pela proclamação
urgente da Palavra de Deus. Há um inquebrantável compromisso com Jesus Cristo,
recebido não somente como Salvador, mas, sobretudo, como Senhor. Como bem
pontua o renomado teólogo e pregador D. Martyn Lloyd-Jones, no novo nascimento,
Deus produz em nossa alma uma nova disposição de vida, repassada por valores
completamente transformados e santos. Novo nascimento não é uma reforma moral,
mas uma vivificação radical da natureza humana. Não é um aperfeiçoamento do
velho homem, mas a criação de um ser inteiramente novo. É uma verdadeira
ressurreição espiritual.
Em suma: já nascemos
verdadeiramente de novo? Você já nasceu de novo, caro leitor desta mensagem? Já
existem evidências claras dessa obra sobrenatural em sua vida? Sim? Não? Pense
seriamente sobre isso, pois essa é uma questão de vida e morte, que tem
implicações para toda a eternidade. SOLI DEO GLORIA NUNC ET SEMPER.
JOSÉ
MÁRIO DA SILVA
PRESBÍTERO
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