No que tange a Deus, ele restituiu o mundo pecador ao seu favor tão certamente como recebeu a seu filho no Céu. Na cruz se efetuou a justificação objetiva de todo pecador. Ali Deus redimiu a raça humana. Heb. 9:12.
À luz do Evangelho o homem não pode formular a pergunta: aceitar-me-á Deus? Deus já respondeu a esta pergunta mediante a ressurreição de Cristo dentre os mortos. Porém, Deus confronta o pecador com a pergunta: Aceitarás a tua aceitação? A fé é nosso "sim" em resposta a essa pergunta de Deus; é aceitar o fato de termos já sido aceitos. No que nos toca, é tornar-nos conscientes de algo que já está em existência. Por meio da fé, a bênção da jus-tificação é recebida e desfrutada. Este é o aspecto subjetivo da justificação.
Por isso o apóstolo declara: "Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé independente das obras da lei." Rom. 3:28. Não somos justificados devido ou por conta de nossa fé. Isto seria completamente contrário à justificação somente pela graça e somente por Cristo. Não há mérito na fé. Esta é simplesmente a mão que aceita a bênção. Nem pode a alma justificada conseguir crédito por causa da fé. Fora da graça o pecador carece de livre arbítrio, de desejo de buscar a Deus e do meio de ver a verdade. Aqui é onde atua a terceira pessoa da divindade em matéria de justificação. Por meio do Evangelho, o Espírito ilumina a alma do pecador, mostra-lhe a cruz e o aproxima de Cristo. A medida que o pecador contempla o Único que o amou e deu-se. a si mesmo por ele, o Espírito persuade o pecador de que o Evangelho é verdadeiro. Numa palavra, o Espírito lhe dá fé. De modo que Paulo declara: "Porque pela graça sois salvo mediante a fé, isto não vem de vós, é dom de Deus." Efé. 2:8. "Porque nós, pelo Espírito, aguardamos a esperança da justiça que provém da fé." Gál. 5:5.
Por outro lado, não crer é o pecado de resistir ao Espírito Santo. Conquanto o santo não possa revindicar nenhum crédito por causa da fé, o perdido tem que arcar com a plena responsabilidade devido a sua incredulidade. Ninguém é condenado por haver nascido pecador ou por ter uma natureza pecaminosa. Os homens são condenados somente por não crerem (Jo. 3:35). Dessa forma, recusam ser incluídos na expiação de Cristo e ao cerrarem seus ouvidos contra o Evangelho, chamam a Deus mentiroso (1 Jo. 5:9. 10).
No quarto capítulo de Romanos e apóstolo Paulo nos mostra como a fé é contada por justiça (Rom. 4:5). Deus imputa (ou credita) a justiça de Cristo na conta do pecador crente. Desta forma, o pecador é declarado como possuidor de boas relações com Deus. Essa justificação, que foi amplamente provida pela cruz, vem a ser posse pessoal do crente através da fé, de sua parte, e por imputação, da parte de Deus. A fé é levada em conta pela infinita justiça de Cristo, não devido a que haja mérito na fé mas devido ao fato de que a fé une o desvalido crente com o único em que habita toda a plenitude da divindade (Col. 2: 9). O pecador não leva contribuição alguma a esta união exceto a desgraça de sua necessidade. Cristo confere a esta união todo o tesouro da eternidade. Assim como uma mulher pobre possui o nome de seu rico esposo e a glória de sua reputação, também o crente em Jesus está vestido no nome e na virtude de Jesus Cristo.
A justificação pela fé somente não é um substituto para a obediência mas constitui um poderoso estimulante para produzir toda verdadeira obediência. A alma que se apropria de sua aceitação no Amado fica tão submergida pela misericórdia e amor divino que toda sua vida fica dedicada ao ser¬viço d'Aquele que a amou e se deu a si mesmo por ela. Ela lhe serve não a fim de ser aceita, mas porque foi aceita. Oferece-lhe suas obras, não como uma oferta pelo pecado, mas como uma oferta de agradecimento em vista de ter ob¬tido o perdão de seus pecados. A fé é o poderoso progenitor de toda boa obra porque traz o Espírito Santo. A fé na obra de Cristo por nos traz o Espírito Santo para habitar em nós. (Gál. 3:14; Jo. 7:37, 38). Ele escreve a lei de Deus no coração (Heb. 10:16) e o crente obedece motivado por uma convicção interna...e não por uma compulsão externa.
Salvos Na Esperança
A justificação pela fé traz mudanças radicais na vida do crente (paz, gozo, amor, regeneração, santificação, obediência etc.) Sem embargo, nesta vida segue sendo verdade que o crente é justo unicamente por fé, nunca por visível realidade. E sua fé que é contada por justiça, não sua regeneração, nem sua santificação, nem sua obediência ou caráter cristão.
A justiça pela fé significa que o justificado crente não está na terra, mas no céu; não em si mesmo, mas em Cristo Jesus. O homem nunca pode achar perfeição em si mesmo enquanto está neste mundo. Isto somente se alcança em Jesus Cristo (Col. 2:9,10). E ele não está sobre a terra; mas no céu. O crente possui perfeição e cumprimento unicamente pela fé.
E certo que lhe é concedido o Espírito Santo como a garantia de sua herança em Cristo (Efé. 1:13, 14), porém isto é somente "as primícias" do Espírito, o penhor e promessa que lhe são dados até o dia da redenção final (Rom. 8: 23; Efé. 4: 30). A posse do Espírito não conduz o crente a sentir que já alcançou seu destino ou ao pensamento de que pode achar satisfação em sua própria experiência. Antes, o que faz o Espírito é estimular-lhe com ferventes anelos para o dia de Cristo, ocasião na qual receberá uma porção do Espírito que é impossível de alcançar nesta vida. A doutrina do segundo advento de Cristo é parte vital da mensagem do Evangelho de Paulo. (2 Tim. 1: 10; Fil. 1:6; 1 Cor. 1: 7, 8). Poderíamos dizer que existem dois grandes pontos na teologia Paulina— a justificação e a vinda de Cristo. A primeira é um chamado para a fé; a segunda, para a esperança. O primeiro já temos; a segunda, ainda não. Possuindo a justiça pela fé, o crente espera, geme e anseia pela realização da justiça como uma realidade tangível no dia da salvação final. (Rom. 8: 23; Gál. 5: 5; Fil. 3: 9-12).
Onde quer que a verdade da justificação pela fé tenha sido ensinada e recebida, a esperança e expectativa pela breve vinda de Cristo se tem apossado da igreja. A igreja apostólica estava incendiada com a esperança da Parousia (vinda). Por outro lado, o extravio da verdade da justificação tem conduzido à perda correspondente da esperança escatológica (do dia final). Durante a era medieval os homens olhavam para a igreja terrestre como expressão do cumprimento humano. Não havia esperança na vinda de Cristo. Com o reavivamento da verdade da justificação os homens começaram novamente a buscar com ardor e esperança a vinda de Cristo. E, por fim, nestes dias finais o tempo alcançou sua plentitude para que dita verdade fique restabelecida ao lugar que lhe corresponde. A mensagem da justiça de Cristo deve soar de um a outro confim da terra, e, por conseguinte, preparar o caminho para a vinda de Cristo em seu reino de glória.
"Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor; endireitai no ermo vereda a nosso Deus. Todo vale será aterrado, e nivelados todos os montes e outeiros; o que é tortuoso será retificado, e os lugares escabrosos, aplanados. A glória do Senhor se manifestará, e toda a carne a verá, pois a boca do Senhor o disse.
Uma voz diz: Clama; e alguém pergunta: Que hei de clamar? Toda a carne é erva, e toda a sua glória como a flor da erva; seca-se a erva, e caem as flores, soprando nelas o hálito do Senhor. Na verdade o povo é erva; seca-se a erva, e cai a sua flor, mas a palavra de nosso Deus perma¬nece eternamente.
Tu, ó Sião, que anuncias boas-novas, sobe a um monte alto! Tu, que anuncias boas-novas a Jerusalém, ergue a tua voz fortemente; levanta-a, não temas, e dize âs cidades de Judá: Eis ai está o vosso Deus. Eis que o Senhor Deus virá com poder, e o seu braço dominará; eis que o seu galardão está com ele, e diante dele a sua recompensa." Isaías 40:3-10.
Irmão Sandro agradecemos sua visita! já estamos seguindo você Também! Deus continue te iluminando!
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