A Pratica do Livro da Lei



O capítulo 22 do segundo livro dos Reis começa a relatar a história e o governo de Josias. Ele era filho de Amon que reinou apenas 2 anos e, a despeito do pouco tempo, a Escritura afirma que ele “fez o que era mau perante o Senhor, como fizera Manassés, seu pai” (21.20).
Esse Manassés, avô de Josias, era filho de outro grande rei, Ezequias, porém, ao contrário de seu pai que era temente ao Senhor, Manassés tornou a edificar os altares que Ezequias havia derribado, fez um poste-ídolo, edificou altares a falsos deuses dentro dos átrios da Casa do Senhor, era adivinho, agoureiro, tratava com médiuns e feiticeiros e chegou até a queimar seu filho como sacrifício. O texto diz que ele “prosseguiu a fazer o que era mau perante o Senhor para o provocar à ira” (2Rs 21.6).
O seu reinado durou 55 anos e Manassés fez o povo errar de tal forma “que fizeram pior do que as nações que o Senhor tinha destruído de diante dos filhos de Israel” (2Rs 21.9).
No versículo anterior o escritor menciona uma promessa do Senhor a Israel em que havia afirmado: “Não farei que os pés de Israel andem errantes da terra que dei a seus pais” – com uma ordenança – “contanto que tenham cuidado de fazer segundo tudo o que lhes tenho mandado e conforme toda a lei que Moisés, meu servo, lhes ordenou (2Rs 21.8). Depois disso, a constatação: “eles, porém, não ouviram” (2Rs 21.9). Eis aí a razão de o povo ter seguindo os maus atos de seu rei.
Com um histórico familiar como este e após 57 anos de idolatria, não era de se esperar nada diferente vindo de Josias. Entretanto, Josias foi o rei que começou um movimento de reforma. Ele assumiu o reino com 8 anos e reinou 31 anos. O texto nos informa que “fez ele o que era reto perante o Senhor” (22.2).
No décimo oitavo ano de seu reinado Josias estava fazendo reparos no templo. Ele mandou o escrivão Safã até a Casa do Senhor para se encontrar com o sumo sacerdote Hilquias e lhe dar um recado: o dinheiro que era levado à Casa do Senhor deveria ser entregue aos que estavam fazendo a obra para que comprassem materiais para o reparo dos estragos do templo (2Rs 22.3-7).
É neste ponto da história que acontece o momento mais importante da narrativa. O sumo sacerdote Hilquias diz à Safã: “Achei o Livro da Lei na Casa do Senhor” (22.8). Apesar de o rei já estar reparando estragos no templo, é depois do contato com a Lei do Senhor que a reforma espiritual se inicia.
A Lei é lida para Josias, que rasga suas vestes (22.10-11), pede que se consulte ao Senhor por ele e pelo povo (22.12), se humilha diante de Deus (22.19), faz aliança ante o Senhor tendo a anuência de todo o povo (23.3), purifica o templo e o culto (23.4-14), além de derribar os altares pagãos e celebrar a Páscoa (23.15-23).
As palavras de 2Reis 23.25 a respeito de Josias são maravilhosas: “Antes dele, não houve rei que lhe fosse semelhante, que se convertesse ao Senhor de todo o seu coração, e de toda a sua alma, e de todas as suas forças, segundo toda a lei de Moisés; e, depois dele, nunca se levantou outro igual”.
Como vimos então, é a relação do homem com a Lei do Senhor que determina seu caminho. Quando longe da Palavra de Deus, fatalmente estaremos longe do Senhor, mas quanto mais dermos ouvidos às Escrituras, com o auxílio do Espírito do Senhor, colocando-as em prática em nossas vidas, mais santidade e comunhão com o Senhor teremos, mais honra e glória àquele que é digno.
Vale então recordar as palavras de Tiago:
Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos. Porque, se alguém é ouvinte da palavra e não praticante, assemelha-se ao homem que contempla, num espelho, o seu rosto natural; pois a si mesmo se contempla, e se retira, e para logo se esquece de como era a sua aparência. Mas aquele que considera, atentamente, na lei perfeita, lei da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte negligente, mas operoso praticante, esse será bem-aventurado no que realizar” (1.22-25).
Se Deus já nos fez encontrar o Livro da Lei, que revela a pessoa bendita de nosso Salvador Cristo Jesus, nos apeguemos a ele lembrando que a Escritura será sempre nossa regra de fé e prática.

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