Reforma ou Reavivamento?


Reforma ou Reavivamento:
O que a Igreja Precisa?
Rev. Ronald Hanko
Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto
Fonte: Monergismo.com

Porque a Covenant Protestant Reformed Church tem falado contra a ênfase
atual sobre reavivamento, existem aqueles que crêem que temos “negado
nossa herança reavivalista”. Desejamos colocar as coisas de uma maneira
correta.
Concordaríamos com muitos que a igreja visível atual está numa triste
condição, despedaçada, fraca e sem compromisso. Mas não cremos que um
reavivamento, como esse é comumente entendido, seja a resposta.
Não temos objeção à palavra “reavivamento”, visto que é usada na
Escritura. Cremos, portanto, que o tipo de reavivamento que a maioria das
pessoas quer, e ora a favor, não é o tipo de reavivamento sobre o qual a
Escritura fala. Nem cremos que a idéia popular de reavivamento seja o tipo de
coisa que a igreja necessite hoje.
Cremos nisso porque uma palavra que aparece em toda conversa sobre
reavivamento é a palavra “extraordinário”. O reavivamento em si, de acordo
com todos que falam dele, é algo extraordinário e envolve números
extraordinários de conversões, manifestações extraordinárias do Espírito, etc.
O que a igreja necessita não é algo extraordinário, mas coisas bem
ordinárias (ordinárias, pelo menos até onde diz respeito a Palavra de Deus).
Antes de a igreja orar por números extraordinários de conversões, ela precisa
fazer a obra ordinária de cuidar e ensinar os membros que já possui. Isso
raramente é feito.
Antes de pensarmos em dons extraordinários do Espírito, precisamos
ter os dons ordinários do Espírito, um viver cristão piedoso (Gl. 5:22-26),
ensinar e pregar todo o conselho de Deus (Atos 20:27), ter um governo de
igreja bíblico (não por um homem, mas por presbíteros) e uma adoração
bíblica (João 4:24). Essas coisas estão tristemente ausentes na igreja.
Tal retorno às coisas ordinárias da Escritura (na verdade, não tão
ordinárias), preferimos chamar de “reforma”, não “reavivamento”, embora
não divagaremos sobre palavras.
A grande Reforma Protestante do século dezesseis foi uma verdadeira
reforma nesse sentido. Foi um retorno às Escrituras, às doutrinas da Escritura,

à pregação e ensino de todas as verdades da Escritura, ao governo de igreja
bíblico, à disciplina e adoração.
Essas e muitas outras coisas “ordinárias”, desesperadamente necessárias
para a igreja, estão faltando. As crianças da igreja não são instruídas, a
adoração em família é algo esquecido. A observância do Dia do Senhor
desapareceu quase completamente. Onde a igreja tem presbíteros, eles são
freqüentemente ignorantes quanto ao seu chamado e a eleição de presbíteros
em muitos casos é pouco mais que competição de popularidade, ou uma
questão de política. A adoração é grandemente uma questão de formalismo. A
disciplina eclesiástica está totalmente ausente. A pregação degenera-se em
comentário político ou num chamado à ação social. Muitas doutrinas da
Escritura estão quase inteiramente esquecidas.
Daremos apenas um exemplo doutrinário do que queremos dizer: entre
muitas outras coisas, a Reforma do século dezesseis foi um retorno à grande
doutrina bíblica da justificação pela fé somente, sem obras. Essa doutrina não
somente é raramente pregada hoje, mas dificilmente encontramos um cristão
em dez que possa ao menos explicar o que ela significa. Todavia, é um
entendimento dessa verdade que leva à paz com Deus por meio de Jesus
Cristo (Rm. 5:1). Assim se dá com muitas outras doutrinas.
Cremos que o interesse atual em reavivamento é apenas um desejo por
um “reparador instantâneo” dos problemas da igreja, quando o que é
realmente necessário é a obra árdua de fazer as coisas ordinárias às quais a
Palavra de Deus chama a igreja. Essa obra pertence tanto aos oficiais, como
aos membros da igreja. Mediante tal obra a igreja será reformada e renovada,
assim como o foi há quase 500 anos. Sem ela, não há esperança para a igreja.
Possa Deus em sua misericórdia concedê-la!
Fonte: http://www.cprf.co.uk/

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