AS FALSAS ESPERANÇAS DE SALVAÇÃO

A FALSA ESPERANÇA DA IGNORÂNCIA – Admitindo-se que a ignorância acerca de Deus é fonte se salvação, a melhor coisa que poderemos fazer em favor dos ignorantes é conservá-los nesse estado, preservando-os na inocência moral e na condição de seres desculpáveis diante de Deus. Pregar o evangelho para tais pessoas é roubar delas o que elas têm de mais precioso: a ignorância. Assim fazendo, tornamo-nos culpados por torná-los culpados, caso eles venham a rejeitar o verdadeiro conhecimento de Deus que lhes apresentarmos por meio da proclamação fiel das Escrituras Sagradas. A pressuposição de que há homens inocentes diante de Deus, plenamente desculpáveis, inevitavelmente fará com que a nossa evangelização seja seletiva, isto é, direcionada apenas às pessoas que nós julgarmos culpadas diante de Deus. Como se pode ver, o parâmetro avaliativo da situação espiritual dos homens deixa de ser a suficiente e infalível Palavra de Deus, para ser a vã e pecaminosa imaginação humana. Deus diz que todos os homens são culpados diante da sua santa lei. Nós dizemos que alguns deles não são tão culpados assim. Com quem estará a verdade? “Seja Deus verdadeiro, e todo homem, mentiroso” (Romanos 3.4b). A FALSA ESPERANÇA DA MORALIDADE – As razões básicas que levam um ser humano a presumir ser capaz de obter a salvação da sua alma por sua habilidade em viver uma vida moralmente inatacável e supostamente portadora de méritos diante de Deus são as seguintes: a)cultivar uma imagem muito positiva de si mesmo; julgar-se bom ou pelo menos não tão ruim como os demais homens, como, por exemplo, pensou o fariseu em relação ao publicano, de acordo com o relato do evangelista Lucas 18.9-14; b)cultivar uma compreensão extremamente superficial acerca da real natureza do pecado, vendo-o apenas como um deslize ético de somenos importância, e não como uma grave rebelião contra o rei santo e soberano do universo; c)ignorar que o julgamento de Deus incide não apenas sobre os atos praticados pelos homens, em sua materialidade externa e concreta, mas também, e fundamentalmente, sobre o solo invisível das nossas motivações mais profundas. O revólver do assassino, antes de ser disparado contra a vítima, é precedido pelo ódio, pela indiferença e por outras formas de desapreço contra a vida humana. De igual modo, o adultério, antes de ser consumado no leito maculado pela infidelidade conjugal, é adubado no coração pelas sementes da lascívia. Por esse prisma, todos os homens, sem exceção e sem distinção, jazem debaixo de condenação certeira e inapelável; d)cultivar a ilusão de que no juízo final, a muleta imprestável de uma moralidade supostamente meritória será a senha com a qual ser-nos-á concedido o direito de entrar no céu e, na presença de Deus, nele permanecermos por toda a eternidade. A FALSA ESPERANÇA DA ILUMINAÇÃO – Nacionalista e orgulhoso ao extremo, o povo judeu sempre se julgou superior às outras nações. Tendo recebido de Deus a lei, o sistema sacrificial, o envio dos profetas e dos sacerdotes, indisfarçáveis modalidades de uma revelação especial do Senhor, os judeus passaram a se achar importantes e cheios de merecimentos diante de Deus. Vê-se que fizeram um mau uso da revelação concedida pelo Senhor a eles. A lei foi dada aos hebreus não para que eles se vangloriassem e a usassem como uma espécie de distintivo de especialidade, mas para que, dando-se conta da santidade de Deus, primariamente, constatassem o quanto eram pecadores e o quanto careciam de arrependimento e fé salvadora em Jesus Cristo, dons graciosos de Deus, o único cuja obediência perfeita à lei de Deus e morte substitutiva garantem suficiente salvação aos eleitos do Senhor. Recepcionar a revelação especial de Deus com empáfia, sem humildade, arrependimento e fé, é desprezar a sua bondade, zombar da sua misericórdia e fazer pouco caso da sua séria e santa severidade. Acolher a lei de Deus com arrogância, sem arrependimento e fé em Jesus Cristo, só serve mesmo para acumular a ira de Deus, que se há de revelar, de modo pleno, no dia final, o terrível Dia do Senhor. A FALSA ESPERANÇA DA MEMBRESIA – fazer parte, institucionalmente falando, do arraial dos santos, não é nenhuma garantia de ser participante da santidade. Ser um judeu de nascimento, circuncidado conforme as prescrições da lei mosaica; participar de todo o ritual religioso da antiga aliança, nunca foi garantia de um real pertencimento a Deus. De igual maneira, ser membro de uma igreja, desempenhar nela funções de liderança, ser um dizimista fiel e pontual, nada disso é sinônimo de salvação verdadeira. Pode ser apenas uma acomodação religiosa sem nenhum vestígio de genuinidade de fé. A vivência das realidades exteriores de uma dada comunidade cristã requer: a) a necessidade de um coração transformado pelo poder regenerador do Espírito Santo. Ao príncipe dos judeus, Nicodemus, sobre cujos ombros pesava a responsabilidade de ler, interpretar e aplicar a lei de Deus ao viver cotidiano do podo judeu, Jesus Cristo, de modo incisivo, sentenciou: “importa-vos nascer de novo” (João 3.7b). O sacro autor da epístola aos Hebreus, num dos textos mais debatidos das Escrituras Sagradas, escreve que, no âmbito da comunidade dos que servem a Deus, há pessoas que foram expostas ao evangelho; desfrutaram de inúmeros meios de graça; provaram dos poderes do mundo vindouro; mas nunca nasceram de novo; nunca passaram da morte para a vida; nunca se arrependeram verdadeiramente dos seus pecados; nunca creram de todo o coração na obra de Jesus Cristo; enfim, nunca foram salvos pelo sacrifício vicário do Filho de Deus. Gravíssima advertência para os que hoje, pelo simples fato de pertencerem a uma determinada igreja professantemente evangélica, tomam, por certo, que pertencem também ao Senhor. Eis razão pela qual as Escrituras Sagradas exortam-nos dizendo: “Examinai-vos a vós mesmos se realmente estais na fé; provai-vos a vós mesmos . Ou não reconheceis que Jesus Cristo está em vós? Se não é que já estais reprovados. Mas espero que reconheçais que não somos reprovados” (2 Coríntios 13.5-6); b) havendo um coração genuinamente regenerado pelo poder do Espírito Santo, por meio da pregação fiel das Escrituras Sagradas, haverá, evidentemente, uma vida marcada por arrependimento, fé, quebrantamento, obediência aos mandamentos do Senhor e real desejo de se crescer na graça e no conhecimento de Jesus Cristo; e também em santidade diante de Deus. Em suma: uma membresia puramente exterior, na prática, é mais uma falsa esperança de salvação, que o homem, cujo coração é sempre “enganoso e desesperadamente corrupto”, nutre dentro de si. Nada pode salvar o homem dos seus vis pecados, a não ser a obra perfeita de Jesus Cristo na cruz do calvário, estendida a nós pela graça por meio da fé, como resultado da eleição soberana de Deus Pai, feita nos bastidores invisíveis da eternidade; e da aplicação eficaz do Espírito Santo em nossos corações. Que Deus nos conceda a graça de permanecermos fiéis a tão gloriosas e imutáveis verdades. SOLI DEO GLORIA NUNC ET SEMPER. JOSÉ MÁRIO DA SILVA PRESBÍTERO

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