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Calvino e o Quinto Mandamento

Sobre o quinto mandamento, Calvino dá uma interpretação surpreendente para aqueles que não estão familiarizados com sua teologia. Como ele deixou claro, normalmente o mandamento enfatiza a ação mais grave dentro dos princípios que ele quer ensinar. Assim, a desobediência aos pais é o que há de mais grave no que ele considera a idéia desta ordem: honrar aqueles que receberão alguma posição de autoridade sobre nós.

"A finalidade deste mandamento é: uma vez que ao Senhor Deus apraz a manutenção do que dispôs, importa que nos sejam invioláveis os graus de eminência por ele ordenados. A síntese, portanto, será: que usemos de deferência para com aqueles que o Senhor nos fez superiores e os tenhamos em honra, em obediência e em grato reconhecimento. Donde se segue a proibição: que não denigremos nada de sua dignidade, quer por desdém, quer por contumácia, ou por ingratidão." (2.8.35, p.159)

Calvino entende que a prática desse mandamento nos ensina a submissão. Devemos estimar as pessoas que estão em posição superiores a nós, pois receberam esta honra da parte de Deus. Ele nota que muitos dos títulos do Criador são compartilhados com seres humanos (por exemplo, pai, rei, senhor). Isto não é sem propósito.

"Portanto, aqueles a quem faz participantes desses títulos ilumina-os como que com uma centelha de seu fulgor, de sorte que sejam, cada um, dignos de honra em conformidade com sua posição de eminência. Desse modo, aquele que nos é pai, é próprio reconhecer nele algo divinal, porquanto não sem causa é portador do título divino. De igual modo, aquele que é um príncipe, ou aquele que é um senhor, tem com Deus alguma comunhão de honra." (idem)

Esta honra deve ser dada, não importa se tais superiores sejam dignos dela ou não. O importante é sabermos que foi Deus que os colocou, por sua providência, nessa posição. Em especial nessa situação, temos os pais. E Calvino não mede palavras quando fala de filhos rebeldes.

"Contudo, preceituou expressamente acerca da reverência de nossos pais, que nos trouxeram a esta vida, com o que nos deve ensinar, de certa maneira, a própria natureza. Pois são monstros, não seres humanos, os que infringirem o poder paterno por desrespeito ou insubordinação!" (2.8.36, p.160)

A fim de entendermos melhor como deveria ser o tratamento que os filhos devem dar aos pais, o teólogo de Genebra lista três manifestações dessa honra que o Senhor exige que prestemos a eles.

"A primeira dessas, a reverência, o Senhor a sanciona quando preceitua que seja entregue à morte aquele que maldisser ao pai ou à mãe [Ex 21.17; Lv 20.9; Pv 20.20], uma vez que aí castiga o menosprezo e a insolência. A segunda, a obediência, sanciona-a quando decreta a pena de morte contra os filhos contumazes e rebeldes [Dt 21.18-21]. Diz respeito à terceira a gratidão ou reconhecimento, o que Cristo diz: que é do mandamento de Deus que façamos o bem a nossos pais [Mt 15.4-6]. E quantas vezes Paulo faz menção deste mandamento, entende que nele se requerer obediência [Ef 6.1-3; Cl 3.20]." (idem, grifo meu)

Este mandamento é um dos mais difíceis de ser aplicados quando tratamos da honra aos governantes. Não sabemos quais os propósitos de Deus para levantar este ou aquele, mas precisamos tomar cuidado com nossas atitudes quando tratarmos de certos cargos. Àqueles que convivem com seus pais, as palavras de Calvino são uma grave advertência e ele chega a lembrar da condenação à morte aos que se rebelevam contra seus familiares. Assim, tomemos cuidado com tais atitudes.

fonte: joaocalvino.net

O Terceiro Mandamento

 Rev. Gaspar de Souza. *
o terceiro mandamento é: “Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o SENHOR teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam. E faço misericórdia a milhares dos que me amam e aos que guardam os meus mandamentos”(Êx 20.4 - 6)

O CULTO AGRADÁVEL A QUEM?
Em matéria de Culto e Adoração, existe uma urgência necessidade do Segundo Mandamento. Muitos evangélicos são prontos em contrariar os Católicos Romanos pelo uso de imagens, de rituais, missas etc do culto católico, usando o Segundo Mandamento.
Porém, relutam em aplicar o Mandamento a si mesmos. Acreditam que o Mandamento tem apenas um caráter externo e não sabem que o Mandamento do Senhor aplica-se não apenas a forma, mas também aplica-se à intenção do adorador. Adorar a Deus em “espírito”, denonta “a natureza espiritual do culto, em contraste com a mera aparência exterior”(ANGLADA, 1997, p. 4) e “em verdade”, é a maneira ou forma correta de cultuar a Deus. Em “verdade” significa de acordo com Palavra de Deus. No primeiro caso, os adoradores modernos estão certos, pois sabem que culto é ato espiritual. Até os pagãos, em cuja adoração aos seus deuses havia orgias, sacrifícios humanos, rituais, sabem do caráter espiritual de seus cultos.
Porém, os adoradores modernos, à semelhança dos pagãos, estão comentendo idolatria, quebrando o Segundo Mandamento, porque não estão adorando “em verdade”.
Ora, os argumentos usados contra os Católicos, são também usados contra as inovações evangélicas de adoração (palmas, danças, coreografias, solos, duetos, quartetos, conjuntos, recitações, cumprimentos (”diga a pessoa que está do teu lado....”), palmas pra Jesus, apelos, trocar os cálices da Ceia, “culto cantado”, testemunhos pessoais etc. A lista é imensa!).
Assim como Deus não quer ser adorado com imagens, e isto porque o Mandamento proíbe o “culto sensorial”, com apelo aos olhos, o Senhor não aceita adoração que não esteja de acordo com a sua vontade.
Enfim, o Segundo Mandamento ensina-nos que o Culto a Deus é instituído por Deus, não devendo o Homem arrogar para si o direito de dizer como Deus deve ser adorado. Mesmo que haja “boa intenção” do adorador, o Senhor ensina que o melhor é obedecer a sua Palavra. Parafraseando Samuel: “eis que obedecer à palavra do Senhor é melhor do que os sacrifícios”.
Como disse certo autor: “Deus aborrece concepções humanas no culto, por zelo ignorante ou superstição, embora possam aparentar muita devoção ou afeição a Deus[...] O culto divino [...] Dever ser de conformidade com a norma e padrão de culto revelado como vontade e prazer de Deus na Palavra da verdade. Verdadeiro culto é a própria prática da Palavra de verdade(Mt 15.8, 9)”

O Rev. Gaspar de Souza. é professor de Hebraico no SPN, além de ferrenho apologeta reformado.

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Tipos de sermões que atrapalham o culto

  Tipos de sermões que atrapalham o culto  Robson Moura Marinho  A Arte de Pregar – A Comunicação na Homilética. São Paulo: VIDA NOVA, 1999....