Secularismo: quando o homem abandona o seu Deus

 


Você já ouviu a palavra antes. É como a escuridão sorrateira que vai se espalhando pela nossa cultura. Muitas vezes ouvimos esta palavra usada como um simples rótulo. Escola “secular”, música “secular”, sociedade “secular”, frequentemente usado sem muita explicação. A preocupação com o secularismo, na verdadeira acepção da palavra, tem crescido somente nos últimos anos e essa preocupação tem crescido por várias razões, incluindo decisões da Suprema Corte, mudanças nas opiniões dos jovens e mudanças na cultura pop.

Mas o que, exatamente, é secularismo? É uma ideologia que promove a ausência de qualquer obrigação relacionada à autoridade ou crença em Deus. É uma forma de ver o mundo onde se reconhece apenas o aqui e o agora, e se o mundo espiritual existe, isso não é uma preocupação para o secularismo, assim, podemos viver como se esse mundo espiritual não existisse. Outra questão é que, em contraste com o forte ateísmo de certas ideologias, como o novo ateísmo ou o comunismo, o secularismo é uma forma mais sutil de ateísmo, nem sempre exigindo que declaremos “não há Deus”. Isso implica em que, simplesmente, Deus não é relevante para a discussão – nunca. Em suas linhas ainda mais perniciosas, o secularismo implica em que Deus seria, na realidade, destrutivo para a sociedade.

O secularismo, por vezes, pode ser óbvio. Por exemplo, a decisão da Suprema Corte no caso “Obergefell v. Hodges”, legalizou o casamento entre pessoas do mesmo sexo nos Estados Unidos. Por essa decisão, o tribunal essencialmente assumiu o direito de definir o casamento, no entanto, as instituições humanas não têm esse direito, esse é um direito que pertence somente a Deus (Gn 2.24; Ef 5. 21-33). Uma vez que o secularismo não reconhece Deus, o homem joga com o nome de Deus para servir aos propósitos de suas próprias imaginações morais. Paulo nos diz que devemos esperar por tais coisas quando o homem abandona a Deus (Rm 1.28).

A decisão, no caso “Obergefell v. Hodges”, não ocorreu, é claro, no vácuo.  A revolução sexual dos anos 1960 e 1970 marcou uma rebelião contra a ética sexual cristã. Promoveu a aceitação de sexo e expressão sexual fora do casamento, tanto em nossas vidas pessoais quanto no entretenimento. O tumulto daqueles anos foi acompanhado por uma outra grande decisão da Suprema Corte, em 1973: o caso “Roe v. Wade”, quando o aborto foi legalizado e marcou uma grande mudança de visão na sociedade, que passou da cosmovisão cristã para o secularismo. Essa foi uma decisão consciente em escolher a morte e a vontade do homem em detrimento da vida e da vontade de Deus. “Obergefell” foi apenas um “tiro de misericórdia” em uma reviravolta que vem ocorrendo há décadas.

Outro lugar óbvio, sobre o qual o secularismo tem avançado, é em nosso sistema de educação. A promoção do relativismo moral nas salas de aula contribui para o relativismo moral geral entre os estudantes. A eliminação, nos livros didáticos, de qualquer referência a um Criador, leva ao abandono até mesmo o conceito de Deus.

O secularismo tem surgido, ainda, de várias outras formas em nossa cultura. A aceitação dominante da expressão sexual extravagante, dos movimentos de “direito à morte” e da animosidade geral “em praça pública” em relação às visões cristãs ortodoxas, indica que o secularismo está em toda parte à nossa volta.

Faz sentido que os cristãos reconheçam esses exemplos de secularismo como significativos e procurem formas de resistir a eles. A escuridão sorrateira que vai se espalhando em nossa cultura deve ser motivo de preocupação. Entretanto muitas vezes pensamos no secularismo como algo que existe “lá fora” em vez de algo próximo – algo que pode estar até mesmo em nossos corações. O secularismo também é evidente no materialismo de nossa cultura, em seu desprezo pelo mundo espiritual e no efeito da revolução sexual em nossas vidas. Até mesmo os cristãos podem viver como se as suposições seculares fossem verdadeiras.

O secularismo, sendo um ateísmo sutil, reconhece o mundo material como o único mundo existente, não há mundo espiritual ou vida após a morte, em tal mundo, o prazer material é o bem maior. Tal mentalidade se presta então, a adorar o dinheiro como deus, pois que melhor maneira pode haver para adquirir prazer material do que dinheiro? Essa mentalidade materialista é especialmente aparente na TV, no rádio, enquanto navegamos na Internet, e até mesmo quando dirigimos pela estrada. Comerciais, programas de TV, a “cultura de celebridades” e outdoors incessantemente exigem que compremos algo – qualquer coisa – para nos fazer felizes. Muitas vezes, até mesmo os cristãos são levados, por esses meios, a acreditar que coisas materiais preencherão o vazio em suas vidas. Essas “coisas” nos farão felizes. Se nossos pensamentos estão constantemente em nosso dinheiro, o que comprar e quando comprar, provavelmente já adotamos o modo de pensar de nossa cultura secular. Se nossa alegria está ligada exclusivamente à nossa próxima compra, não estamos adorando a Deus. Pelo contrário, abandonamos a Deus e colocamos um ídolo secular em seu lugar.

O secularismo tem, ainda, entrado em nosso pensamento de outras maneiras sutis. Devido nossa mentalidade materialista, muitos de nós ignoramos ou esquecemos as realidades do mundo espiritual. Paulo nos diz, em Efésios 6, que nossa luta não é fundamentalmente contra os poderes deste mundo, mas contra as “forças espirituais do mal” (v.12). O cristianismo é uma religião que acredita no sobrenatural. Ou seja, acreditamos em um mundo além deste mundo. Nós acreditamos em anjos e demônios, acreditamos no céu e no inferno. Acreditamos que Deus, um ser espiritual, criou os céus e a terra. Se a perda de nossos recursos materiais nos causa total desesperança, por acreditar que não nos resta mais nada, é porque nos esquecemos do Senhor. Se nossa vida de oração é inexistente ou meramente uma obrigação, entendemos mal nossa situação espiritual. Em vez disso, ter uma mentalidade bíblica nos dará uma perspectiva eterna sobre essa vida, permitindo-nos afirmar como Paulo que “Quer, pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor” (Rm 14.8). Isso nos levará a orar sem cessar, dando graças em todas as circunstâncias (1Ts 5.16-18), pois sabemos que nosso Senhor já conquistou as forças espirituais ordenadas contra nós.

O secularismo também tem nos levado na esteira da revolução sexual. O vício em pornografia é um problema com o qual muitos cristãos lutam. Basta observar que, o simples fato de assistir ao Netflix ou navegar na Internet requer, muitas vezes, que utilizemos uma “armadura” para podermos enfrentar os desafios de imagens sexualmente tentadoras que nos são apresentadas. Nós geralmente não honramos nossos casamentos como deveríamos. Muitas vezes, inconscientemente, aceitamos o que o entretenimento nos diz a respeito do que homens e mulheres devem ser. Se estamos simplesmente absorvendo as definições de nossa cultura secular de masculinidade e feminilidade, em vez de buscar as Escrituras, o secularismo já se infiltrou em nossos corações. Se nos tornamos insensíveis a imagens sexualmente explícitas ou expomos nossa família a entretenimento inadequado, é provável que o secularismo esteja nos moldando mais do que as Escrituras. Em tal cultura, a Palavra precisa ser verdadeiramente lâmpada para nossos pés e luz para nossos caminhos (Sl 119.105).

Existem, é claro, outras maneiras pelas quais o secularismo se manifesta. As mudanças óbvias de nossa cultura ao longo dos últimos cinquenta anos têm sido chocantes para os cristãos que viam, na sociedade em geral, a preservação da mentalidade dos chamados valores judaico-cristãos. No entanto, as mudanças não devem ser motivo de desespero.

Por quê? As razões são várias. Primeiro, o secularismo não é a dissolução do cristianismo. Deus prometeu que Sua Palavra não retornará a Ele vazia e que as portas do inferno não prevalecerão contra Sua igreja (Is 55.11; Mt 16.18). Além disso, o Novo Testamento não apenas prevê, mas assume o fato que os cristãos serão perseguidos. (1Jo 3.13). Em vez de representar a dissolução do cristianismo, o secularismo representa mais a dissolução do cristianismo nominal. Deus não está falhando na sociedade, e Ele também não está falhando em sua igreja. Ele permanece no controle como sempre.

Em segundo lugar, o status “assumido como certo”, do cristianismo, tem mudado por causa do declínio do cristianismo nominal. Mais e mais jovens estão se identificando como “espirituais, mas não religiosos”. Embora isso possa parecer negativo, na verdade pode ser positivo, pois sem os impedimentos do cristianismo meramente nominal, há mais oportunidades para as pessoas ouvirem a verdadeira mensagem do evangelho. Por exemplo, “mal-entendidos” do evangelho são comuns entre pessoas nominalmente cristãs. Elas frequentemente entendem o evangelho promovendo uma salvação baseada em obras, testemunhar para tais indivíduos requer um passo extra na explicação do evangelho. Além disso, os jovens que cresceram em um lar legalista e nominalmente cristão, mas abandonaram o legalismo de seus pais, muitas vezes não querem nada com o cristianismo. Eles identificam o cristianismo com o legalismo. À medida que o cristianismo nominal desaparece, tais obstáculos ao evangelho são removidos.

É claro que sempre dependemos da obra do Espírito Santo na vida das pessoas para regenerar seus corações. Nunca devemos parar de orar para que Deus salve, mas isso não anula o fato de que um contexto nominalmente cristão frequentemente apresenta um solo difícil para a evangelização. À medida que nossa cultura abandona o cristianismo nominal, nós nos tornamos mais parecidos com Paulo entre os atenienses, que perguntaram: “Poderemos saber que nova doutrina é essa que ensinas?” (At 17.19).

Nós não sabemos o que o futuro nos reserva. Pode ser que Deus promova um grande reavivamento. Pode ser que nossa cultura simplesmente retorne, em grande parte, a uma visão nominalmente cristã das coisas. Pode ser que nossa cultura se torne mais e mais secular. Aconteça o que acontecer, sabemos onde está a nossa esperança. Não é no aqui e no agora, como o secularismo quer nos fazer acreditar. Nossa esperança está na segunda vinda de Cristo, e embora seja tentador abandonar a esperança, devemos nos lembrar de que estamos servindo ao seu reino aqui na terra, enquanto aguardamos sua vinda. Somos forasteiros aqui.

Os Estados Unidos não são o reino de Deus. Nem o Império Romano o foi. Os primeiros cristãos sabiam que o reino de Cristo não é deste mundo. Essa é a razão pela qual o Apocalipse não é um manifesto político terreno ou um manual de instruções exclusivamente dedicado a mudar a cultura romana para Cristo (embora os cristãos, ao servirem o reino de Deus, mudassem a cultura). Pelo contrário, o Apocalipse é a conclusão adequada para a Bíblia, pois é a conclusão adequada para esta era. Mostra-nos a vinda de Cristo do céu em toda a Sua glória para consumação do Seu reino aqui na terra. O “aqui e agora” se tornam em “para sempre”. Jesus Cristo certamente voltará algum dia. Ele trará o céu para a terra (Ap 21. 2). Enquanto isso não acontece, dizemos como o salmista: “Aguardo o Senhor, a minha alma o aguarda; eu espero na sua palavra”. (Sl 130. 5).

 

Tradução: Paulo Reiss Junior.

Revisão: Filipe Castelo Branco.

Original: Secularism Everywhere.


Por que devemos pregar no livro de Levitico?

 


Quando nossas meninas eram mais jovens, tornamos prática regular ler a Bíblia juntos. Minha esposa, as meninas e eu nos sentávamos, no café da manhã, e, antes de sairmos pela porta, eu lia um capítulo, fazia alguns comentários e orávamos juntos. Em um ano, passamos por Gênesis e Êxodo – livros emocionantes!

E depois . . . chegamos a Levítico. Quando comecei a ler, imediatamente me perguntei: “O que essas menininhas pensam sobre a matança de todos esses animais”? Você sabe como as menininhas amam ovelhas, cabras e pássaros. Eu vacilei por um momento, mas sabia que era importante continuar.

Por quê? Porque Levítico é uma parte necessária de uma história que se desenrola. Gênesis responde à pergunta de como Deus proverá a Abraão os descendentes prometidos. Êxodo responde à pergunta de como Deus redimirá os escravos de Abraão da escravidão para trazê-los para a Terra Prometida. Enquanto as lutas de Israel com o pecado e a idolatria continuam, a pergunta permanece: “Como um Deus santo pode se relacionar com pessoas pecadoras”?

Levítico nos fornece resposta para essa pergunta. Ao mesmo tempo, Levítico também é um livro para nós hoje – porque ainda somos um povo pecador e Deus ainda é santo. Isso nos lembra de nossa necessidade da misericórdia de Deus e de um mediador fiel que expia nossos pecados.

Aqui estão cinco razões pelas quais você deve pregar esse livro do Antigo Testamento chamado Levítico.

1. Levítico nos lembra a graça de nosso Deus e o custo de nossos pecados (1–7)

Como povo da nova aliança de Deus, é fácil minimizar nosso pecado. Afinal, Jesus morreu na cruz e pagou a penalidade por nossos pecados na íntegra. Não precisamos mais levar sacrifícios diários ao templo – e louvar a Deus por isso! Mas essa mesma liberdade pode nos tentar a minimizar nosso próprio pecado. Levítico, por outro lado, nos lembra que o pecado custa caro.

Já em Gênesis 2.15, nos é dito que o salário do pecado é a morte. Não importa qual seja o pecado, merecemos a pena de morte. Mas em Levítico, nosso gracioso Senhor estabelece um sistema de sacrifício pelo qual os pecadores podem apresentar um substituto. Imaginem, toda vez que uma pessoa pecasse, ela deveria trazer um animal que receberia a pena de morte que ela merecia. Isso é graça!

Mas o sistema de sacrifício também nos lembra o custo do pecado. O substituto deveria vir do próprio rebanho do pecador. Imagine se toda vez que pecasse, você tivesse que voltar, pegar um cordeiro do seu rebanho e levá-lo ao sacerdote. E quando você trouxesse o cordeiro ao sacerdote, você o apresentaria como o substituto que receberia a pena de morte pelo seu pecado. E seria você, não o sacerdote, que cortaria a garganta do animal. Então o sangue jorraria. Pense em todo esse sangue – não apenas pelo seu sacrifício, mas por todos os sacrifícios daquele dia. Sob a nova aliança, não temos essa imagem pungente do custo do nosso pecado e como Deus o trata em nosso substituto. Levítico nos ajuda a ver a extravagância da graça de Deus e o custo do nosso pecado.

2. Levítico expõe a graça de Deus ao providenciar um mediador (8–10)

Porque Deus é santo, ele exige que um mediador fique entre ele e seu povo. Em Levítico, Deus separa seus ministros para que eles sirvam a ele e a seu povo (8–9). Mas também nos adverte que os ministros de Deus devem servi-lo como ele exige e não como eles decidem por si mesmos (10). Como aqueles que representavam Deus para o povo, os ministros de Deus deveriam ensinar ao povo de Deus tudo o que ele ordenava (10.11). E como aqueles que representavam o povo diante de Deus, eles deveriam promover a expiação (10.17).

Já em Levítico, essas perguntas estão sendo feitas: “Quem será o mediador fiel entre Deus e o homem?” “Quem promoverá a expiação pelo pecado”?

3. Levítico explica o que Deus exige daqueles que se aproximam dele em adoração (11–15)

No Êxodo 24, Moisés consagrou Israel como o povo de Deus, com base na aliança no Sinai. Agora, Deus explica como o Israel consagrado deve viver essa vida separada para que possam se aproximar dele em adoração. Levítico 11–15 enfatiza a distinção entre limpo e impuro, santo e comum. Aqueles que eram impuros não podiam se associar ao povo e não podiam adorar a Deus, mas foram feitas provisões para que os impuros pudessem ser limpos.

Embora possamos não saber exatamente por que essas leis foram dadas, com exceção de distinguir Israel das nações vizinhas, sabemos que a obediência a essas leis permitiu que o povo de Deus se aproximasse dele em adoração. Ainda assim, havia aqueles que nunca estariam limpos e nunca poderiam se aproximar de Deus em adoração. Além disso, quem tocasse alguém ou algo impuro também se tornaria impuro. Levítico faz com que almejemos alguém que, por seu toque, tornará todas as coisas limpas – alguém que estará disposto e capaz de se aproximar de Deus em adoração.

4. Levítico prenuncia o perdão do pecado no único mediador entre Deus e o homem, o homem Cristo Jesus (16–17)

Levítico chega ao clímax no glorioso dia da expiação – o dia em que todo o pecado de Israel foi perdoado. Sacrifícios foram feitos para purificar o templo e expiar os pecados do sumo sacerdote e do povo. Um bode expiatório foi apresentado como um substituto – sobre o qual os pecados do povo foram simbolicamente colocados. Esse bode expiatório foi então solto fora do campo, retratando a partida do pecado de Israel.

O escritor de Hebreus faz essas conexões para nós. Levítico 16–17 prenuncia o sumo sacerdote prometido, que também é o bode expiatório que tira os pecados do povo, pegando seu próprio sangue e borrifando-o no lugar mais santo. Precisamos pregar Levítico para lembrar que somente Jesus salva definitivamente.

5. Levítico descreve como o povo de Deus deve ser santo como Deus é santo (18–27)

Porque Deus é santo, devemos ser santos. Levítico descreve como Israel deveria se distinguir (ser santo) das outras nações em todos os aspectos de suas vidas. Levítico também destaca as bênçãos prometidas para os que buscam a santidade (26.1-13) e as maldições anunciadas aos que não o fazem (26.14-39). Ao mesmo tempo, a conclusão do livro expõe o coração misericordioso de Deus, que promete perdão a todos os que se arrependem de seus pecados (26.40-46).

Em dias em que a santidade é negligenciada, nosso povo precisa ser lembrado de que devemos ser santos como Deus é santo. Deus abençoa a santidade. Felizmente, o próprio Jesus assumiu as maldições da aliança mosaica e exerceu a perfeita obediência que a mesma aliança exige. Agora, todos os que se arrependerem de seus pecados receberão o perdão prometido em Cristo e, portanto, poderão se relacionar com o Deus santo.

Conclusão

Levítico não detalha apenas sacrifícios de animais e sistemas de santidade. Faz isso, mas faz muito mais. Expõe o coração de um Deus gracioso que providencia um substituto para o pecado de seu povo arrependido. Esse substituto não apenas recebeu a pena de morte em nosso lugar, mas também obedeceu em nosso lugar, ganhando para nós todas as bênçãos da santidade.

Agora, sob a nova aliança, Jesus nos capacita para uma vida santa, primeiro concedendo-nos um novo coração e o Espírito Santo. Irmãos, preguem Levítico. Por quê? Porque nele você encontrará o evangelho!

Comentários Favoritos

O livro de Hebreus – Hebreus é o melhor comentário bíblico-teológico sobre Levítico. Explica como Jesus cumpre a antiga aliança, destacando a linguagem e as imagens de Levítico: sacrifício, sacerdócio, sumo sacerdote, dia de expiação.

The Book of Leviticus, de Gordon Wenham. Wenham é um estudioso de confiança e fornece informações sobre o texto bíblico. Sua discussão sobre limpo / impuro, santo / comum é muito útil, assim como sua explicação da santidade como mais do que mera “separação”. Provavelmente, o melhor comentário sobre Levítico.

Holiness to the Lord: A Guide to the Exposition of Leviticus, Allen P. Ross. Este não é um comentário. Ele fornece algum contexto bíblico e histórico, mas é principalmente um guia para a exposição de Levítico. Não recomendo ir a esse comentário, ou a nenhum outro, primeiramente, mas pode ser um guia útil depois de você ter feito seu próprio trabalho.


fonte: https://voltemosaoevangelho.com/blog/2020/03/5-razoes-pelas-quais-voce-deve-pregar-levitico/ 

Os Males do Calvinismo

 




Os Males do Calvinismo 

 

Frank B. Beck

 

 

Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto[1]

 

Em anos recentes tem havido uma ênfase crescente sobre a teologia calvinista. A republicação dos comentários de João Calvino sobre as Escrituras e o livro de John Gill, The Body of Divinity; The Reign of Grace, de Abraham Booth; e os sermões de Charles Haddon Spurgeon; juntamente com livros recentes tais como: The Reformed Doctrine of Predestination, de Loraine Boettner; Calvinism, de Abraham Kuyper; The Sovereignty of God, de A. W. Pink; também o aumento da popularidade do Christian Reformed Hour com umas 200 estações de rádio reproduzindo sua programação e sua circulação mensal do Back to God Family Altar a 55.000 leitores e outras antigas publicações em contínua reimpressão: The Gospel Standard, Signs of The Times, Zion’s Witness, e Zion’s Lanmark é ampla evidência que o Calvinismo está longe de estar morto.

I. O que é Calvinismo?

O Calvinismo é um sistema de crença. É um sistema de verdade. É uma forma de ensinar a Bíblia, popularizada por João Calvino, o grande Reformador Protestante. Por conseguinte, é chamado “Calvinismo”. Calvino tomou-o de Agostinho, bem como da Escritura, e Agostinho tomou-o dos escritos de Paulo nas Escrituras e da igreja primitiva, e Paulo recebeu-o, “não de homem, mas de Deus” (Gálatas 1:11, 12).

O Calvinismo declara que o pecador está literalmente “morto em delitos e pecados” (Efésios 2:1) e, portanto, não pode fazer nada em favor da salvação de sua alma. Ele declara que o homem tem uma vontade e, portanto, não é uma máquina, mas sua vontade não é livre nas questões espirituais, para as quais está morto. Ele é mantido cativo pelo Diabo (2 Timóteo 2:26) e não busca a Deus (Romanos 3:11).

O Calvinismo crê que Cristo morreu somente pelos eleitos, ou Suas ovelhas, num sentido salvífico (João 10:15; 1 Pedro 2:24, 25). Crê que Cristo salva a quem Ele quer (João 5:21; Romanos 9:18); que a regeneração do Espírito Santo cria o verdadeiro arrependimento e o dom da fé no coração daqueles por quem Cristo morreu (2 Timóteo 2:25 e Hebreus 12:2).

O Calvinismo declara que os propósitos de Deus nunca podem ser frustrados (Isaías 46:10; Salmos 115:3).

Que crença chocante! Essa é a fé querida por aqueles chamados de “calvinistas”. É um erro chamar alguém que sustenta essas visões mencionadas de “hiper-calvinistas”. Eles não são hiper-calvinistas, mas calvinistas.

II. Quais são alguns dos “males” do Calvinismo?

Primeiro, o Calvinismo humilha o homem, e esse é deveras um grande mal! Aos olhos do homem carnal ou natural, o Calvinismo tira cada palha sobre a qual o homem se apoiaria. Como o profeta Miquéias, que era odiado pelo ímpio Rei Acabe, pois nunca profetizava o bem para ele, mas sempre o mal (2Cr. 18:7). O Calvinismo lhes diz que o “a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus” (Romanos 8:7, 8); os homens são “maus” (Lucas 11:13), “por natureza filhos da ira” (Efésios 2:3).

Por causa da depravação total e inabilidade do homem, o Calvinismo declara que o homem não tem liberdade de vontade. Ele pode escolher apenas o pecado. Sua vontade é controlada por sua natureza, e sua natureza é corrupta. Esse é um grande mal! O homem não gosta de ser informado que não pode fazer o que quer. Ele não gosta de ouvir a Escritura: “Não há ninguém que busque a Deus” (Romanos 3:11); ou as palavras de Cristo: “E não quereis vir a mim para terdes vida” (João 5:40); “Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia”; ou quando Ele disse a Jerusalém: “Quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos… e tu não quiseste” (Mateus 23:37). O homem carnal gosta de pensar que há certa bondade em todos os homens, que todos os homens estão buscando a Deus, e que eles podem se arrepender e vir a Jesus Cristo a qualquer momento que assim decidirem.

Segundo, o Calvinismo exalta a Deus. Ele não somente rebaixa o homem, sua vontade, obras e dignidade ao pó, mas apresenta Deus como DEUS! Coloca Deus sobre o trono. Ele diz, Deus pode e de fato faz tudo o que quer; Deus é absolutamente livre e independente. O Calvinismo confessa: “Mas o nosso Deus está nos céus; fez tudo o que lhe agradou” (Salmos 115:3); o Filho do homem desperta, ou vivifica, “aqueles que quer” (João 5:21); o Espírito Santo dá dons espirituais e habilidades a vários membros do corpo de Cristo, “repartindo particularmente a cada um como quer” (1 Coríntios 12:11); e “como lhe agrada” (v. 18). Ele proclama com regozijo que Deus “faz todas as coisas segundo o conselho da sua vontade” (Efésios 1:11) e que “dele… são todas as coisas” (Romanos 11:36).

Terceiro, o Calvinismo honra a morte de Cristo. Ele diz que a morte do Senhor Jesus Cristo realmente salva! Que Cristo de fato morreu no lugar do crente! Crê plenamente nas Escrituras: “Cristo morreu por nossos pecados” (1 Coríntios 15:3) e “Cristo morreu por nós” (Romanos 5:8). Visto que Ele morreu em nosso lugar e pagou a penalidade por nossos pecados, nós fomos libertos; isso porque Deus não demandará que o pagamento seja feito duas vezes; primeiro das mãos sangrentas do meu Substituo, e então das minhas. Deus não cobrará a dívida duas vezes. Se Cristo morreu por todos os homens sem exceção, então todos os homens sem exceção serão salvos. Como pode alguém perder-se e ir para o inferno por seus pecados se Cristo morreu por ele, pagou pelos seus pecados e expurgou os mesmos (João 1:29)? Mas é evidente que nem todos os homens são salvos (Mateus 7:13), pois Cristo não poderia ter sofrido pelos pecados daqueles que morrem em seu pecado (João 8:24). Cristo “tira o pecado do mundo” (João 1:29), mas não o pecado dos incrédulos. Como poderia, visto que o pecado deles “permanece”? (João 9:41).

Cristo suportou verdadeiramente os pecados daqueles por quem morreu em seu corpo sobre a cruz, que foram sarados por suas feridas (1 Pedro 2:24 e Isaías 53), e voltaram ao Pastor e Bispo de suas almas (v. 25). Eles foram “justificados” (tempo passado) por Cristo, pois este morreu por eles (Romanos 5:9). Ele redimiu-os (Efésios 1:7). Ele lavou-os de seus pecados em Seu sangue (Apocalipse 1:5). Eles foram “reconciliados” (tempo passado) com Deus por Cristo (Romanos 5:10); e seus pecados não são imputados ou cobrados deles (2 Coríntios 5:19). Tudo isso e mais Ele fez por aqueles por quem morreu. Visto que isso não é verdade de todos os homens individualmente, Cristo não morreu por todos os homens sem exceção, mas somente pelo “mundo” dos eleitos. Isso é o que a Palavra de Deus ensina. Cristo se deu a si mesmo em “preço de redenção por todos” (1 Timóteo 2:6), mas no sentido de dar Sua vida pelas ovelhas (João 10:15). Cristo é a propiciação pelos pecados do mundo todo (1 João 2:2), porém somente no sentido de que Ele realmente morreu, não pelos pecados dos judeus eleitos apenas, a quem João ministrava (ver Gálatas 2), mas também pelos pecados de todo o mundo gentil eleito. Ele se deu “em resgate de muitos” (Marcos 10:45). Aqueles por quem Cristo morreu são todos salvos. Ele salvou-os por Sua morte no lugar deles. Ele não morreu em vão.

Quarto, o Calvinismo reconhece o poder do Espírito Santo. O pecador está “morto” espiritualmente. Ele não pode fazer nada. Não pode ouvir o evangelho, desejar, arrepender-se ou crer. Esse é outro “mal” do Calvinismo. O homem gosta de pensar que tem alguma parte em sua salvação. Mas o Calvinismo dá toda a glória ao Espírito Santo na regeneração. Ele é soberano. É o Espírito Santo que “vivifica” ou dá vida (João 6:63). O Espírito Santo dá o novo nascimento a quem quer (João 3:3-8). Se já nascemos de novo, é porque o Espírito Santo desejou e fez isso. É pelo Espírito Santo que somos convencidos do pecado (João 16:7-11); que Cristo é revelado a nós (1 Coríntios 2:9-14); que confessamos que Jesus é Senhor (1Coríntios 12:3); e temos qualquer dom espiritual com o qual servir a Deus (1 Coríntios 12:11); ou qualquer desejo de fazê-lo (Romanos 5:5 e Gálatas 5:22, 23). O Calvinismo faz-nos dependentes somente do Espírito Santo.

Quinto, o Calvinismo magnifica a graça de Deus. Sim, os calvinistas vão ao extremo sobre a graça de Deus, se isso é possível. Pense! Embora o pecador esteja morto em pecado e ódio a Deus, e mereça a ira de Deus, e a despeito do fato que Deus não nos deve nada, visto ter criado o homem reto, que grande graça essa que Deus tenha elegido alguns de nós à vida eterna e fé salvífica (Atos 13:48)! Que Ele tenha enviado Seu Filho unigênito para levar os nossos pecados em Seu próprio corpo sobre a cruz (Isaías 53:6); no devido tempo envia Seu Espírito Santo para nos vivificar; e nos perdoa plena, livremente e para sempre de todas as nossas culpas e pecados (Efésios 1:7)! Que graça!

Sexto, o Calvinismo dá segurança eterna aos crentes. Esse é um mal enorme! É chamada de uma “doutrina perigosa” por muitos. Todavia, existem tantas passagens da Escritura ensinando a veracidade dessa doutrina, que eu quase não sei por onde começar. Uma pessoa não precisa passar do oitavo capítulo de Romanos. Esse capítulo começa com “nenhuma condenação” para aqueles que estão em Cristo (versículo 1); continua com nenhuma acusação contra aqueles em Cristo (versículos 31-34); e conclui com nenhuma separação para aqueles que estão em Cristo (versículos 35-39). No versículo 28, Deus chama os eleitos “segundo o Seu propósito”. Nos versículos seguintes é dito que Deus os conhece de antemão, predestina, chama, justifica e glorifica-os – todos eles, e SOMENTE eles. Leia Romanos 8:28-31 e observe as palavras “daqueles” e “aos que”! Quão inclusivo e exclusivo é isso. Cada um deles Deus glorificará com certeza. Veja também João 6:39 e João 10:26-30.

Sétimo, o Calvinismo dá o entusiasmo correto à pregação do evangelho. Se eu sei que Deus tem um povo que Ele chamará (2 Timóteo 2:10), e que há certo número de pessoas a quem Deus o Pai deu ao Filho, e que todos eles virão a Ele (João 6:37), e que as ovelhas, por quem Cristo dá a Sua vida, ouvirão Sua voz e O seguirão (João 10:26-27), e que a Palavra de Deus não voltará vazia, mas cumprirá o que lhe agrada e prosperará naquilo para o qual Ele a enviou (Isaías 55:11); isso deveria me fazer perguntar: “Bem, por que pregar então? Por que não enviar outros?”? Não! Há toda razão para a pregação. Seria tão tolo quanto perguntar: “Por que pescar então?”, visto que eu sei que o lago está cheio de peixe; ou, “Por que trabalhar então?”, visto ter certeza que conseguirei dinheiro suficiente para sustentar eu e a minha família. Tal fato não foi um obstáculo à pregação do apóstolo Paulo, quando ele considerou trabalhar em Corinto. O Senhor lhe apareceu numa visão e disse: “Não temas, mas fala, e não te cales… pois tenho muito povo nesta cidade” (Atos 18:10). Isso foi após o Redentor ressurreto dizer: “É-me dado todo o poder no céu e na terra. Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém” (Mateus 28:18-20).

 

Fonte: The Evils of Calvinism, Frank B. Beck, Predestinarian Press

 

 

 

 

 



[1] E-mail para contato: felipe@monergismo.com. Traduzido em junho/2008.

fonte:monergismo.com 

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