As poderosas palavras de JESUS CRISTO

Quando nós examinamos detidamente o ministério do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, apoiados nas inspiradas narrativas empreendidas pelos quatro evangelistas neotestamentários, damo-nos conta de que ele fundamentou-se, seminalmente, nos seguintes pilares: no cultivo de uma estreita e inseparável comunhão com o Pai, por meio de um ser/fazer intensamente devotado à prática da oração; na proclamação diuturna do evangelho da graça, do qual ele próprio, em sua vida reta e em sua morte substitutiva, é o protagonista maior, único e indesviável; no ensino infalível das verdades absolutas e eternas concernentes ao reino de Deus; no exercício de uma doce e bondosa compaixão pelos que, cativos do pecado, do diabo e das mais diversificadas espécies de enfermidades físicas e espirituais, viviam subjugados pelo despótico império da dor, do sofrimento e da morte. Nesse particular, o testemunho da Escritura sagrada é sumamente alentador, dado que pontua que, por onde Jesus Cristo passava, deixava os indeléveis vestígios da sua misericórdia; a todos, sem exceção, nem distinção, fazendo o bem. Dentre esses vários aspectos nuclearizadores do ministério redentivo-sacrificial de Jesus Cristo, pretendo ater-me, na presente meditação dominical, naquele que está diretamente vinculado às palavras que o Filho de Deus proferiu nas mais variadas circunstâncias em que esteve inserido. Incomparável comunicador, as palavras de Jesus Cristo, diferentemente das que eram proferidas pelos demais líderes religiosos do seu tempo, portavam prerrogativas e credenciais únicas e inexcedíveis. Em primeiro lugar, as palavras de Jesus Cristo eram “espírito e vida”, isto é, faziam-se acompanhadas de um poder espiritual pródigo em impactar e transformar a vida das pessoas que eram atingidas por elas. Em segundo lugar, as palavras de Jesus tinham o selo da mais rigorosa e certeira objetividade. Nunca se perdiam em circunlóquios retóricos vazios; antes, iam ao cerne das questões mais prementes e inadiáveis do ser humano, exatamente as que dizem respeito ao pecado, que escraviza, mata, aliena o homem, de Deus e, por fim, não sendo expiado, o conduzirá, inevitavelmente, a uma eternidade sem Deus, sem paz e sem esperança. Há, nas Escrituras sagradas, dois emblemáticos exemplos acerca da objetividade permeadora das palavras ditas por Jesus Cristo. No primeiro, contrapondo-se ao discurso religioso e aparentemente correto de Nicodemus, Jesus Cristo, de modo incisivo, sentencia: “em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus”. (João 3.3b). No segundo, presente no magnífico diálogo que Jesus Cristo entabulou com a mulher samaritana, o Filho de Deus demonstra que o flagelo existencial que corroía a alma daquela pobre mulher samaritana, era a corrupção moral que matizava o seu pecaminoso estilo de vida. Em terceiro lugar, as palavras de Jesus Cristo eram autoritativas, não somente porque procediam de Deus, sendo Jesus Cristo o próprio Deus encarnado, mas, sobretudo, por serem chanceladas por uma irrasurável consonância entre o dito e o visto; entre o que brotava dos seus lábios e o que se corporificava em sua santa e inatacável vida. Em quarto lugar, as palavras de Jesus Cristo eram confrontadoras do pecado humano e das suas terríveis conseqüências. Equivocam-se, redondamente, os que fantasiam a imagem de um Jesus Cristo bonachão, politicamente correto, e altamente preocupado em não ferir a sensibilidade ímpia das pessoas que dele se aproximavam com motivações erradas. Jesus Cristo foi implacável com a fachada hipócrita dos fariseus endurecidos e teatrais da sua época; e não hesitou em rotulá-los de filhos do diabo e sepulcros caiados: bonitos por fora, mas repletos de podridão por dentro. Em seus sermões, a doutrina do arrependimento ocupou, sempre, uma centralíssima posição. Embora tenha sinalizado para as delícias que aguardam os salvos no céu, nunca ocultou de ninguém a pavorosa realidade do inferno, para onde serão enviadas todos aqueles que, impenitentes e amantes do pecado, mantiverem-se, até o final das suas vidas, indiferentes e rebeldes à graça salvadora e ao senhorio soberano do Filho de Deus. Conceda-nos o Senhor a graça de vivermos, todo o tempo, firmados naquele cujas palavras, ainda que passem o céu e a terra, jamais passarão. SOLI DEO GLORIA NUNC ET SEMPER. JOSÉ MÁRIO DA SILVA PRESBÍTERO

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