Louve ao Senhor no Salmo 100- Parte I


TEXTO: SALMO 100

Salmo de ações de graças. Celebrai com júbilo ao SENHOR, todas as terras. 2 Servi ao SENHOR com alegria, apresentai-vos diante dele com cântico. 3 Sabei que o SENHOR é Deus; foi ele quem nos fez, e dele somos; somos o seu povo e rebanho do seu pastoreio. 4 Entrai por suas portas com ações de graças e nos seus átrios, com hinos de louvor; rendei-lhe graças e bendizei-lhe o nome. 5 Porque o SENHOR é bom, a sua misericórdia dura para sempre, e, de geração em geração, a sua fidelidade.
INTRODUÇÃO
Seminarista Rogério Mattos
O ser humano, por natureza, é um ser religioso. O seu interesse nas coisas divinas é uma prova disso. Uma maneira em que esse interesse se expressa é no culto que ele oferece ao deus da sua vida. O povo de Israel não era diferente. O que distinguiu o povo de Israel dos demais povos não foi o fato de adorar um único Deus, mas as características da sua adoração.
Cultuar ou adorar significa dar honra a. É o ato de reconhecer a grandeza e a majestade de uma divindade. É uma expressão externa de uma atitude interna; é a convicção de que a divindade merece a nossa devoção. Assim, no Antigo Testamento, para os judeus, cultuar o seu Deus YHWH (IAVÉ) era tanto um ato como uma atitude
Esses dois aspectos do culto de Israel são evidentes na linguagem que o Antigo Testamento usa para descrever a adoração. O Salmo 100 é reconhecido como um hino de louvor e um convite para adorar a Deus. Este Salmo se destaca tanto pela simplicidade de linguagem como a profundidade das suas expressões teológicas.
Entre todos os salmos, este é um convite para entrar na presença do SENHOR com a única intenção de adorá-lo. A linguagem conduz os adoradores até os átrios do templo em Jerusalém onde podem contemplar a grandeza do SENHOR e oferecer uma resposta. É um Salmo que trata tanto das atitudes do adorador como suas ações. Assim, é um Salmo excelente para considerar a teologia de culto no Antigo Testamento e a sua análise teológica deve começar, estritamente, pelo texto.
Esta análise visa expor a situação histórica do Salmo e analisar algumas palavras chave que o autor escolheu para comunicar esta verdade, bem como a sintaxe das palavras no seu contexto gramatical.


I – ANÁLISE HISTÓRICO-CULTURAL

1.1 O Nome Salmos

A palavra salmo vem do grego psalmos que quer dizer um cântico ou um hino. A palavra hebraica para o livro é têhillím e significa louvores. O livro contém uma coleção de cento e cinqüenta cânticos da vida religiosa e da adoração hebraica – cânticos do coração do povo e que refletem suas experiências pessoais. Pode-se dizer que os salmos representam o antigo hinário do povo de Deus.
1.2 Autoria
Quem escreveu os salmos? Fazer esta pergunta é quase o mesmo que perguntar quem escreveu os nossos hinários modernos. A resposta pode ser – muitas pessoas. Muitos compositores contribuíram com a coleção de cânticos e poemas que conhecemos como o livro de salmos. A tese mais aceita é a de que alguém depois do cativeiro na Babilônia compilou esses salmos em um só volume, neste caso poderia ter sido o cronista Esdras.
Um problema para se estabelecer uma autoria dos salmos se deve ao fato de que "na maioria dos casos, o próprio texto dos salmos não indica o autor nominalmente.". Porém, quando encontramos alguma informação nos títulos dos salmos ele nos apresenta o "seguinte quadro tradicional: um salmo de Moisés (Sl 90); setenta e três de Davi (a maioria de acha nos livros I e II); doze de Asafe (50, 73-83); dez dos descendentes de Coré (42, 44-49, 87-88); um ou dois de Salomão (72? E 127); um de Hemã, o Ezraíta (88); um de Etã, o Ezraíta (89)".
1.3 A presença dos Salmos na Palavra de Deus
Os salmos têm um lugar singular na Bíblia, por dois motivos. Primeiro, ele nos dão uma visão de como era a adoração em Israel de maneira pessoal e congregacional. Certos salmos eram feitos para todos os "crentes". A congregação certamente usava, por exemplo, o salmo 136 como uma forma de leitura responsiva.
Outros salmos estão mais ligados às experiências do indivíduo. O salmo 3 descreve os sentimentos intensos de Davi enquanto ele fugia de seu filho Absalão. Muitos outros salmos revelam experiências pessoais de adoração.
Segundo, os salmos lidam com todos os aspectos da vida hebraica. O povo louvava a Deus por seus grandes feitos e por bênçãos especiais. Eles também agradeciam pelo perdão dos pecados. Algumas vezes, lamentavam as circunstâncias difíceis da vida e imploravam para que Deus amaldiçoasse os seus inimigos da fé. Os salmos conseguem abranger de maneira satisfatória a teologia e a vida diária das pessoas.
Paul House afirma que

nenhum outro livro do AT possui escopo histórico e teológico que se vê nos salmos. Como documento teológico o livro abrange toda uma gama de confissões bíblicas sobre o caráter, a atividade e os interesses do Senhor. Aqui Deus é chamado de criador, sustentador, protetor, salvador, juiz, estabelecedor de aliança e restaurador. Aqui se revela toda uma série de ações divinas que dão sentido a esses nomes, e aqui também se apresentam os ambientes históricos que fornecem o contexto para a realidade e reflexão teológica. Os principais acontecimentos da história de Israelita... são mencionados para dar sustentação às declarações do livro acerca do dia-a-dia das pessoas.

Os salmos declaram as verdades de Deus em um estilo cheio de beleza que fala tanto às nossas mentes quanto aos nossos corações.
1.4 A Divisão dos Salmos
Os salmos estão divididos em cinco livros. Esta divisão é feita para se fazer uma alusão aos cinco livros da Lei (hipótese bem aceita). Pensando nisso, o saltério ficou assim dividido:
Livro I – os salmos de número 1 ao 42;
Livro II – os salmos de número 43 a 72;
Livro III – os salmos de número 73 a 89;
Livro IV – os salmos de número 90 a 106;
Livro V – os salmos de número 107 a 150.
1.5 Os Tipos de Salmos
Os salmos estão classificados em 7 tipos de categorias, a saber:

  1. HINO – cânticos de louvor e ação de graças a Deus por aquilo que ele é e aquilo que ele fez;

  2. PENITÊNCIA – confissão do arrependimento pelo pecado, súplica pela graça e perdão de Deus;

  3. SABEDORIA – observações gerais sobre a vida, especialmente, acerca de Deus e de nosso relacionamento com ele;

  4. REALEZA – o tema principal é o rei como filho de Davi e instrumento especial de Deus para governar o povo;


  5. MESSIÂNICO –
    descreve alguns aspectos da pessoa ou do ministério do Messias;

  6. IMPRECATÓRIO – pedido a Deus por julgamento contra os inimigos de Deus e/ou os inimigos de seu povo;

  7. LAMENTO – lamento por uma situação; normalmente inclui declarações de lamento, confiança em Deus e afirmação de louvor a ele.
1.6 Data da Escrita
A data da escrita é muito difícil de precisar, visto que cada salmo fora escrito em tempos e épocas diferentes. Entretanto, Gagliardi tem uma opinião coerente a cerca da questão de data envolvendo os salmos com a qual nos ajudará a assumir uma posição quanto a esta questão.
Ele nos diz:

A data da composição é diferente da data da organização do livro, pois a maioria dos autores não pensava estar compondo para uma futura coletânea que serviria à liturgia do templo. As datas de composição são tão distantes quanto Moisés, cerca de 1440 a.C. (Sl 90) e talvez Esdras em torno de 450 a.C. (Sl 119) ou ainda o de número 126 e 137.

Sendo assim, o melhor é afirmarmos que a data da escrita dos Salmos é incerta.
1.7 Os salmos e o Cristão
Os salmos continuam sendo um tesouro de auxílio espiritual para os cristãos. Suas palavras falam ao nosso coração assim como certamente falaram ao coração de outros desde os dias eu foram escritos. Seja qual for o nosso estado de espírito, seja qual dor nossa situação, as vozes antigas nos convidam ouvi-las. Elas também já passaram por alegria, tristeza, luto, pecado, ira, confissão, perdão e outras experiências que tocam tão profundamente em nossas vidas. Elas nos chamam a aprender delas enquanto o Espírito Santo usa essas palavras para nos trazer para mais perto do Senhor.

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