No Novo Testamento não é diferente. Segue, no geral, o AT, e quando aplicados ao Senhor Deus, indica honra(Lc 17.18; At 12.23), significando, à luz do mundo porvir, a realidade ou modo de existência escatológico(DITNT, 2000a, p. 902). Desta forma, aquilo que o Homem fizer deve ser para a honra de Deus ou deve lhe promover a fama e reputação (Mt 5.16; Rm 1.21; 1 Co 6.20; 10. 31).
Assim, a ênfase das Escrituras, e refletida na Teologia Reformada, é a doutrina de Deus. A Teologia Reformada começa e termina com Deus, é Teocêntrica, "acentuando a plena soberania de Deus em todas as coisas – na criação, na providência e acima de tudo na redenção. B.B. Warfield e C. Van Til referem-se a isso como uma atitude religiosa específica que se expressa numa profunda apreensão de Deus em sua majestade"(MATOS).
Nas palavras do Teólogo B. B. Warfield:
"Repousa sobre uma profunda apreensão de Deus em Sua majestade, com a inevitável e estimulante realização da exata natureza da relação que Ele sustenta na criação como ela é, e em particular, na criatura pecadora. Aquele que crê em Deus sem reservas, está determinado a deixar que Deus seja Deus em todos os seus pensamentos, sentimentos e volições - em inteiro compasso das suas atividades vitais, intelectuais, morais e espirituais, através de suas relações pessoais, sociais e religiosas".
Esta visão majestática permeia nossa fé cristã e presbiteriana. O Reformador João Calvino (2002, p. 61) fala sobre isso dizendo:
"Em primeiro lugar, para onde quer que voltemos os olhos, não há o mais diminuto rincão do mundo em que não refulja ao menos alguma centelha da glória de Deus. Realmente, ninguém pode de um relance contemplar a belíssima obra de arte universal em sua vasta amplitude e extensão, sem ficar, por assim dizer, estupefato ante a incomensurável riqueza do seu esplendor"
O nosso Catecismo Maior de Westminster inicia com a seguinte pergunta: Qual é o fim supremo e principal do homem? A Resposta é dada nas seguintes palavras: O fim supremo e principal do homem é glorificar a Deus e gozá-lo para sempre. Neste ponto, confirmado desde Gn 1. 1 – no princípio criou Deus os céus e a terra – vendo Deus toda a Sua Criação como boa (Gn 1.31), a "glória de Deus e seus propósitos no mundo são mais importantes do que a salvação da alma de alguém"(LEITH, 1999, p. 111)(Cf Is 40. 10, 12, 17). Dito em outras palavras, glorificar a Deus, pela obediência, é em primeiro lugar. Permita-me citar as palavras do Apóstolo Paulo: "Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém"(Rm 11. 36).
Johannes Gerhard Vos (2007, p. 32), sumariamente afirma, apresentando uma teologia fortemente bíblica:
"O componente mais importante do propósito da vida humana, portanto, é glorificar a Deus, ao passo que gozar a Deus está estritamente subordinado ao glorificar a Deus. Na nossa vida religiosa deveríamos colocar sempre a ênfase maior no glorificar a Deus. Quem assim o faz irá gozar a Deus em verdade, tanto aqui quanto no porvir. Mas quem pensa que pode gozar a Deus sem O glorificar corre o risco de supor que Deus existe para o homem, e não o homem para Deus. Enfatizar o gozar a Deus mais do que o glorificar a Deus resultará num tipo de religião falsamente mística ou emocional"
Continua Parte III
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