2. Vejamos os elementos da oração.
Os discípulos de Jesus pediram-lhe que os ensinasse a orar. A sua resposta foi a oração que conhecemos como o "Pai Nosso". Mais do que uma oração, ela é uma aula sobre como se deve orar. Em Mt 6:9-13 temos:
• Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome;
A oração é iniciada com louvor. O Salmo 100:4 diz, "Entrai por suas portas com ações de graça, e nos seus átrios com hinos de louvor; rendei-lhe graças e bendizei-Ihe o nome. Porque o Senhor é bom, e sua misericórdia dura para sempre, e de geração em geração a sua fidelidade". Observe que não começamos "bajulando" o Pai para podermos ganhar a sua "simpatia". Começamos com louvor, porque Deus é bom. Ao louvarmos nos lembramos de que nos relacionamos com um Deus Santo e que podemos nos aproximar dele com confiança e dependência, pois ele é o nosso Pai.
• venha o teu reino, faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu;
Deus age em Aliança conosco. Certamente ele poderia fazer o que bem quisesse pois é soberano, contudo o Pai se uniu com seu povo de tal maneira que só age na Terra quando invocamos a sua vontade.Portanto esta parte da oração é de vital importância. Muitas vezes não sabemos sequer o que rogar ao Pai, mas podemos pedir com toda a confiança que seja feita a sua vontade, pois ela é "boa, perfeita e agradável" (Rm 12:2).
• o pão nosso de cada dia dá-nos hoje;
O que certamente podemos pedir de Deus, com toda a confiança de que ele nos dará, é o nosso sustento. Mas Jesus também é o "Pão da Vida". Portanto, esta parte da oração tem a ver não somente com o nosso sustento físico, mas também com o espiritual.
• perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado os nossos devedores;
Diariamente temos necessidade de suplicar o perdão de Deus. Mas o Senhor quer que sejamos também perdoadores do nosso próximo. De fato, esta colocação de Jesus mostra que a misericórdia de Deus para conosco pode ser sustada se não formos misericordiosos uns para com os outros. Em Mt 18:21-35, através da parábola do credor incompassivo, Jesus nos leva a entender a dinâmica do perdão.
• e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal
Certamente seremos tentados, mas temos livramento (ICo 10:13). O problema é que há pessoas que se consideram fortes o suficiente para resistir por conta própria. Cedo, porém, descobrem que a vida espiritual depende do poder da graça de Deus em suas vidas (Jo 15:3-5). É com submissão e arrependimento que aprendemos a depender de Cristo e, ao longo do tempo, Deus vai mudando o nosso interior. De glória em glória somos transformados.
• pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre.Amém
Aqui Trata-se de uma expressão denominada de doxologia (tributação de glória a Deus). É uma maneira de encerrarmos nossas confissões e petições com louvor. A palavra "amém", por sua vez, significa "que assim seja". Ela tem o sentido de renúncia e entrega. Não é somente uma forma de pontuar a oração, mas é a confissão mor, através da qual reconhecemos que todas as coisas estão nas mãos de Deus.
3. Jesus também ensinou que devemos orar em seu nome. Qual o significado desta instrução?
O nome de Jesus vem sendo banalizado e utilizado, até por alguns setores da Igreja, muitas vezes de uma forma mágica. É como se à sua mera citação todos os problemas fossem resolvidos, ou todas as portas se abrissem, como por encanto. Mas o Mestre não nos ensinou assim.
Após haver despojado principados e potestades, triunfando sobre eles na cruz, Jesus, entre sua ressurreição e sua ascensão, reunido com seus discípulos, disse-lhes Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra." (Mt 28:18)
Além disso, os evangelhos registram várias vezes a instrução do Mestre para que oremos e apresentemos nossas petições a Deus em seu nome.
Assim, quando oramos no nome de Jesus estamos invocando toda a autoridade do Deus Onipotente, daquele que é o Criador e Sustentador do Universo, e com isto desencadeando uma série de ações no reino espiritual para que se cumpra o que estamos pedindo. Contudo, usar o nome de Jesus é um privilégio dos cristãos, daqueles "... que crêem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus." (Jo 1:12b-14) e também é uma grande responsabilidade. Devemos fazê-lo com reverência e temor para que não venhamos a ferir o terceiro mandamento da Lei de Deus: "Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão ..." ( Ex 20:7).
Em sua oração sacerdotal Jesus suplicou ao Pai: "...Pai santo, guarda-os em teu nome, que me deste, para que eles sejam um, assim como nós." (Jo 17:11b). Portanto, o nome denota uma identificação. Quando recebemos o nome do nosso pai natural somos reconhecidos como filhos e passamos a ter direitos e obrigações para com ele. Não é diferente em relação a Deus. Se por um lado, ao invocarmos o nome de Jesus nos identificamos com a sua autoridade, com o seu poder, por outro lado devemos orar de maneira consistente com a nossa nova identidade de filhos de Deus, apoiados numa vida cristã verdadeira, numa fé não fingida, para que este poder seja exercido conforme a vontade do Pai. "Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito." (Jo 15:7). Neste caso, quando oramos em nome de Jesus somos levados a pedir de acordo com a vontade do Senhor e não mais conforme os nossos propósitos humanos. É o mesmo que dizer: Que a vontade do Pai seja feita não apenas em nós, mas através de nós.
A oração deve ser feita sem arrogância ou presunção, mas com submissão e humildade, reconhecendo que o Senhor é o mediador, a porta de acesso à presença de Deus e somente pelo que ele fez na cruz por nós é que podemos clamar "Abba" - Pai.
Conclusão
Os evangelhos registram muitas passagens em que Jesus nos instrui a orar, a pedir tudo o que necessitamos. Além do mais. o próprio Mestre deixou para nós um modelo de oração no qual encontramos todos os elementos necessários a uma aproximação ao Pai. Sabemos que Deus se comprometeu conosco a tal ponto que não realiza sua vontade na terra sem que a invoquemos através da oração.
Devemos orar em nome de Jesus, pois assim ele orientou, e quando o fazemos estamos nos identificando não apenas com sua autoridade sobre todas as coisas mas, também, com sua confiança, submissão e humildade diante do Pai.
Senhor nos Ilumine. Amém.
lindas palestras , muito ricas em conteudo , gostei muito
ResponderExcluirAgradecemos muito sua visita e ficamos felizes por termos enriquecido sua vida com Deus! Qual dúvida ou opinião não deixe de nos contactar estamos prontos a atender inclusive orando por voce e seus familiares!
ResponderExcluirparabéns, aprendi muito com essa aula.. obrigado
ResponderExcluirgostei muito! fez me abrir os olhos e aprendi o valor da oração, essa ponte grandiosa com Deus...amém
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