A Grande (e esquecida por muitos) Comissão
A
GRANDE COMISSÃO
Consumada a obra da redenção do
seu povo; concluídos os quarenta dias em que permaneceu com os seus discípulos
dando-lhes instruções concernentes ao reino de Deus; chegada a hora de
retornar, glorioso, ao Pai, o Senhor Jesus Cristo deu uma ordem aos seus
discípulos, que ficou, pelos séculos afora, conhecida como a Grande Comissão: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a
toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será
condenado” (Marcos 16.5,16).
Grande Comissão essa que é
extensiva a todos os cristãos de todos os tempos; a todos os que efetivamente
foram alcançados pela graça salvadora que reside no coração do evangelho, e não
apenas a um agrupamento seleto de seguidores do Filho de Deus. A Grande Comissão
constitui-se num dos propósitos mais solenes da vida da igreja de Jesus Cristo
em sua peregrinação terrena, sendo os outros a adoração ao Deus único, vivo e
verdadeiro, que em Cristo Jesus revelou-se de modo superlativamente especial. A
educação dos povos por meio do ensino fiel da Palavra de Deus e, de igual modo,
a prática amorosa do misericordioso serviço cristão.
É nosso objetivo nesta meditação,
examinar, mais detidamente, alguns aspectos conceituais que nuclearizam o
mandamento do Senhor para os seus discípulos. O primeiro ponto é que nós não
estamos diante de uma mera sugestão dada por Jesus Cristo, diante da qual os
seus servos podem reagir de maneira positiva ou negativa, acatando-a ou
ignorando-a, de conformidade com a conveniente interpretação que cada um queira
dar às palavras do Mestre. Nada disso.
Estamos em face de uma ordem, uma
clara e insofismável determinação da segunda pessoa da santíssima Trindade,
diante da qual a melhor e única atitude a ser tomada é a mesma empreendida pelo
jovem profeta Samuel, o qual, ao ser visitado por Deus numa sobrenatural visão,
respondeu: “Fala, porque o teu servo
ouve” (1 Samuel 3.10b). E não somente ouviu o que Deus lhe falou como foi
obediente às ordens recebidas, no exercício do seu ministério.
Passemos, agora, à abordagem dos
aspectos maio estritamente lingüísticos do texto em apreço. Considerando que o
mandamento primacial contido no texto é o de pregar, os exegetas das Escrituras
Sagradas são unânimes em afirmar que o modo verbal mais harmonizado com as
reais palavras proferidas por Jesus Cristo é o que se inclina para o gerúndio:
indo, e não ide.
A ideia seria mais ou menos a
seguinte: indo pelo caminho, preguem o evangelho a todas as criaturas que
encontrarem. A distinção não se esgota apenas nos meandros de sutilezas
gramaticais aparentemente desimportantes, mas radica num traço semântico
revelador de um detalhe mais profundo. O indo pressupõe uma atividade contínua,
nunca interrompida, em todo o tempo executada.
Na realidade, o que se pontua
aqui é que a igreja de Jesus Cristo, em toda a sua trajetória, nunca pode
desconectar-se da sua missão indeclinável de proclamadora da pessoa e da obra
de Jesus Cristo; de quem ele é e do que ele fez no calvário para salvar
pecadores e reconciliá-los com Deus.
Igreja e pregação do evangelho
são realidades indissociáveis, inseparáveis. Pressupor a existência de uma
igreja que não é missionária, no limite, configura-se numa absoluta contradição
de termos. O modelo mais paradigmático de uma igreja compreendedora da sua
intransferível missão de anunciar a obra redentora do Filho de Deus é o que nos
é descrito pelo médico-historiador Lucas, no livro de Atos dos Apóstolos.
Vê-se ali que, depois das perseguições
que lhe sobrevieram, a igreja saiu por toda a parte anunciando os feitos
redentivos do Filho de Deus. “Indo por
todo o mundo”. O mundo é o campo missionário da igreja. Não há um só
recanto da terra que não careça da pregação do evangelho. De maneira
peremptória, a Escritura sentencia: “Pois
todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Romanos 3.23). Assim, se todos
pecaram, todos carecem de salvação. E é por meio da pregação do evangelho que o
pecador toma conhecimento da sua miséria, da sua completa falência moral e
espiritual e, de igual modo, da grande salvação somente encontrável na pessoa
de Jesus Cristo.
“Indo por todo o mundo pregai o evangelho”. Pregar o evangelho, eis
a indesviável tarefa da igreja. Pregar significa anunciar todo o conselho de
Deus. Contar, com fidelidade escriturística, o que Cristo fez no calvário. De
pronto, vê-se que a pregação é cristocêntrica, não antropocêntrica. Deve ser
centrada em Deus, no que ele, na pessoa do seu Filho, realizou na cruz; não no
que ele fez em mim de modo existencial, dando-me isto, aquilo e aquilo outro,
de preferência benesses materiais.
É por essa razão que devemos ter
muito cuidado com a extravagância sensacionalista de certos testemunhos que
falam de tudo e de todos, menos da única verdade que deve permanentemente ser
enfatizada: o que Jesus Cristo fez no calvário para redimir as ovelhas que lhe
foram entregues pelo Pai antes da fundação do mundo. É óbvio que o que Cristo
fez na cruz tem implicações na vida de quem pelo seu evangelho é alcançado. É
óbvio que quando o Espírito Santo aplica em nossos corações a obra poderosa de
Jesus Cristo, nós experimentamos um processo de transformação que,
crescentemente, vai-nos assemelhando ao Filho de Deus, até aquele dia em que,
glorificados, na eternidade, estaremos, para sempre, livres do mais ele
vestígio do pecado. O ponto central que queremos evidenciar a respeito do
caráter essencial da pregação é mostrar que ela deve ser objetiva, não
subjetiva; focada na realidade exterior do que Cristo fez, não no intimismo
interior daquilo que sentimos, pensamos e, a todo o custo, queremos verbalizar.
Quando pensamos com mais rigor
teológico nas palavras de Jesus presentes na Grande Comissão, ficamos com a
nítida convicção de que muito do que se tem chamado, hoje, de pregação do
evangelho, de evangelho pregado não tem absolutamente nada. Chamar as pessoas
para Deus, prometendo-lhes saúde perfeita e perdurável, opulentos bens
materiais e muito dinheiro na conta bancária, não é pregar evangelho, de forma
alguma. É, isto sim, praticar abominável estelionato espiritual e promover
charlatanismo irresponsável e pecaminoso, crime de lesa consciência da pior
espécie. E, no limite, dar às pessoas, não a sólida esperança da vida eterna
que procede de Deus e da sua graça, mas, sim, inúteis ilusões, emergidas das
mentes teologicamente enfermas e dos corações interesseiros de pregadores
falsos, os quais vão ter de prestar contas a Deus pela corrupção doutrinária
que difundiram e pelos imensos males que causaram nas vidas das pessoas que se
deixaram envenenar por tais (des)ensinamentos.
Precisamos, pois, a fim de
pregarmos corretamente o evangelho, conhecê-lo com profundidade. E, para
conhecê-lo verticalmente, precisamos fazer da leitura da Palavra de Deus, e da
sua meditação detida, um exercício de disciplina espiritual a ser
diligentemente cultivado. Desse modo, estaremos agindo como quem
verdadeiramente ama a Deus e tem grande apreço por sua santa Lei. Por fim, a
pregação do evangelho tem implicações extremamente sérias para a vida do ser
humano: “Quem crer e for batizado será
salvo; quem, porém, não crer será condenado”.
Primariamente, a pregação do
evangelho deve ter como indisputável alvo a proclamação da glória de um Deus
santo e justo que, tendo sido ultrajado pela cósmica e iníqua rebelião das suas
criaturas, providenciou para elas, graciosa e amorosamente, uma eterna
salvação, radicada na pessoa e na obra de Jesus Cristo na cruz do calvário.
A pregação verdadeira anuncia ao
homem o seu pecado, culpa e conseqüente condenação. De igual modo, ao mesmo
tempo em que o confronta, expondo-lhe a deplorável situação em que se encontra,
a pregação do evangelho o exorta ao arrependimento, a uma confissão de pecados
e a um lançar-se aos pés de Jesus Cristo, crendo nele como único e suficiente
salvador.
Como se pode ver, à luz do que
nos é ensinado pela Palavra de Deus, a pregação do evangelho, intocável coração
da Grande Comissão estabelecida por Jesus Cristo, é uma tarefa extremamente
séria, portadora de relevância eterna. A vida e a morte, o céu e o inferno, a
bem-aventurança eterna e danação sem fim acham-se indeslindavelmente presentes
na pregação do evangelho realizada em harmonia com as Escrituras Sagradas.
Por isso, pregar evangelho não é
falar de si mesmo. Não é contar piadas. Não é levar as pessoas a um sorriso de
autocomplacência. Não é destilar otimismo em gotas, nem muito menos oferecer,
regiamente pago, um Jesus mercadológico, permanentemente disposto a satisfazer
os caprichos egoísticos de uma geração de pecadores exigentes e de crentes
mimados e cheios de vontade e de supostos direitos. Jesus esse que,
evidentemente, não é aquele que nos é revelado pelas Escrituras Sagradas.
Pregar o evangelho significa, em
perspectiva bem distinta, proclamar todo o conselho de um Deus santo, justo e
amoroso, que, para a sua própria glória, resolveu sacrificar-se a si mesmo, na
pessoa do seu Filho amado, a fim de conceder o dom da vida eterna a todos
aqueles a quem, livre e soberanamente, ele amou antes da fundação do mundo.
Em face, pois, de verdades tão
grandiosas, que nós não somente tenhamos uma clara e bíblica compreensão do que
realmente significa a Grande Comissão ordenada por Jesus Cristo, como também haja
em nós uma constante atitude de obediência ao seu santo conteúdo. SOLI DEO
GLORIA NUNC ET SEMPER.
JOSÉ
MÁRIO DA SILVA
PRESBÍTERO
Judas escolhido pastor!
DESEMPREGADOS
Era uma vez uma igreja tão "exigente" que mesmo precisando desesperadamente de um novo pastor, ninguém conseguia preencher seus "requisitos".
Então, alguém da Comissão de Sucessão Pastoral teve uma idéia brilhante: "Vamos colocar um anúncio numa revista especializada". Não era uma iniciativa muito ortodoxa, mas todos acabaram concordando.
Apareceram vários candidatos.
Este foi o relatório final do Relator da Comissão:
Candidato número 1: NOÉ
* Muito velho (tem 120 anos). Diz que é bom pregador, mas confessou que nunca conseguiu converter ninguém.
Candidato número 2: MOISÉS
* Gagueja demais (esse só aceitaria o convite se puder trazer seu irmão junto).
Candidato número 3: ABRAÃO
* Não pára em lugar nenhum e já se meteu em problemas com as autoridades.
Candidato número 4: DAVI
* Cometeu uns pecados imperdoáveis no passado.
Candidato número 5: SALOMÃO
* É um sujeito muito inteligente, mas não costuma colocar em prática o que sabe.
Candidato número 6: ELIAS
* Entra facilmente em depressão, se submetido à muito estresse.
Candidato número 7: OSÉIAS
* É um ótimo candidato, mas, sua vida familiar está em pedaços. Divorciado, casou-se com uma prostituta.
Candidato número 8: JEREMIAS
* Muito emotivo e alarmista (o sujeito parece ser uma dor de cabeça).
Candidato número 9: AMÓS
* O sujeito veio da roça (talvez devesse continuar por lá).
Candidato número 10: JOÃO BATISTA
* O sujeito não tem muito tato e se veste como um hippie (não se sentiria bem num jantar da nossa igreja).
Candidato número 11: PEDRO
* Candidato de temperamento forte, fala demais mas meio "covardão" (confessou que negou a Cristo três vezes publicamente numa única ocasião, por medo de uma mulher).
Candidato número 12: PAULO
* Este também não tem tato. Por demais duro, sua aparência é igual, e suas pregações são muito longas.
Candidato número 13: TIMÓTEO
* Tem potencial, mas é muito jovem para a posição.
Candidato número 16: JUDAS
* De todos, pareceu ser o mais aceitável. Sujeito prático, cooperador, bom com finanças, pensa nos pobres, e se veste bem.
A Comissão, por unanimidade, indica somente o último para a assembléia da igreja.
"Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios, 2 pela hipocrisia dos que falam mentiras e que têm cauterizada a própria consciência,"
(1Tm 4:1-2 ARA)
Obs. qualquer semelhança com alguma igreja real não é mera coincidência!
Sobre Palhaços e Pastores
Hermisten M.P. Costa
Certa
vez, um circo se instalou próximo de uma cidadezinha dinamarquesa. Este
circo pegou fogo. O proprietário do circo vendo o perigo do fogo se
alastrar e atingir a cidade mandou o palhaço, que já estava vestido a
caráter, pedir ajuda naquela cidade a fim de apagar o fogo, falando do
perigo iminente. Mas, inútil foi todo o esforço do palhaço para
convencer os seus ouvintes. Os aldeões riam e aplaudiam o palhaço
entendendo ser esta uma brilhante estratégia para fazê-los participar do
espetáculo... Quanto mais o palhaço falava, gritava e chorava,
insistindo em seu apelo, mais o povo ria e aplaudia... O fogo se
propagou pelo campo seco, atingiu a cidade e esta foi destruída. (1)
De
forma semelhante, temos nós muitas vezes apresentado uma mensagem
incompreensível aos nossos ouvintes, talvez porque ela também seja
incompreensível a nós. As pessoas se acostumaram a nos ouvir brincar
tanto com as coisas sagradas, que não conseguem descobrir o sagrado em
nossas brincadeiras. Alguns de nós pregam como se estivessem no
picadeiro. Por outro lado, nossos ouvintes, por não perceberem a
diferença entre o palhaço e profeta, reforçam este comportamento mutante
através de um aplauso até mesmo literal. Deste modo, a profecia
(pregação) torna-se motivo de simples gostar ou não gostar e o circo
perde um de seus talentosos componentes. Assim, sem nos darmos conta,
estamos compactuando com a indiferença de nossos ouvintes, que, de certa
forma, estão “cansados” da palavra “Evangelho”, sem que na realidade,
nunca tenham sido ensinados a respeito do Evangelho de Cristo. A
avaliação da mensagem pregada fica restrita ao gostar ou não do ouvinte.
Se gostei foi boa, se não, é ruim. Criamos uma categoria arbitrária do
que de fato é verdadeiro ou não a partir do gosto, como se este também
não fosse afetado pelas consequências do pecado. Na realidade, o gostar
ou não deve estar subordinado ao exame das Escrituras (At 17.11).
Procedendo assim, descobriremos, para surpresa nossa, o quão o nosso
gosto pode ser pecaminoso e inconsequente.
O
Evangelho é uma mensagem acerca de Deus – da Sua Glória e de Seus atos
salvadores –, acerca do homem – do seu pecado e miséria –, acerca da
salvação e da condenação condicionada à submissão ou não a Cristo como
Senhor de sua vida. Esta mensagem que envolve uma decisão na
História, ultrapassa a História, visto ter valor eterno. Portanto, não
podemos brincar com ela, não podemos fazer testes: estamos falando de
vida e morte eternas (Jo 3.16-18).
Parece-me
correto o comentário de Vincent quando diz que “A demanda gera o
suprimento. Os ouvintes convidam e moldam os seus próprios pregadores.
Se as pessoas desejam um bezerro para adorar, o ministro que fabrica
bezerros logo é encontrado.” (2) É
preciso atenção redobrada para não cairmos nesta armadilha já que não é
difícil confundir os efeitos de uma mensagem com o conteúdo do que
anunciamos: a pregação deve ser avaliada pelo seu conteúdo; não pelos
seus supostos resultados. Esse assunto está ligado à vertente
relacionada ao crescimento de igreja. Iain Murray está correto ao
afirmar: “O crescimento espiritual na graça de Cristo vem em primeiro
lugar. Onde esse crescimento é menosprezado em troca da busca de
resultados, pode haver sucesso, mas será de pouca duração e, no final,
diminuirá a eficácia genuína da Igreja. A dependência de número de
membros ou a preocupação com números frequentemente tem se confirmado
como uma armadilha para a igreja.” (3)
Devemos
nos lembrar de que o pregador não “compartilha” opiniões nem dá suas
“opiniões” sobre o texto bíblico, nem faz uma paráfrase irreverente do
texto, antes, ele prega a Palavra. O seu objetivo é expressar o que Deus
disse através de Seus servos. Pregar é explicar e aplicar a Palavra aos
nossos ouvintes. O aval de Deus não é sobre nossas teorias e escolhas,
muito menos sobre a “graça” de nossas piadas, mas sobre a Sua Palavra.
Portanto, o pregador prega o texto, de onde provém a verdade de Deus
para o Seu povo.
O
púlpito não é o lugar para se exercitar as opiniões pessoais e
subjetivas, mas sim, para pregar a Palavra, anunciando todo o desígnio
de Deus, sob a iluminação do Espírito. Alexander R. Vinet (1797-1847)
definiu bem a pregação, ao dizer ser ela “a explicação da Palavra de
Deus, a exposição das verdades cristãs, e a aplicação dessas verdades ao
nosso rebanho.” (4)
Sem a Palavra, o púlpito torna-se um lugar que no máximo serve como
terapia para aliviar as tensões de um auditório cansado e ansioso em
busca de alívio para as suas necessidades mais imediatamente percebidas.
Ele pode conseguir o alívio do sintoma, mas não a cura para as suas
reais necessidades.
Albert Martin apresenta uma crítica pertinente; ele diz: “O
esforço desnatural de certos pregadores para serem ‘contadores de
piadas’, entre a nossa gente, constitui uma tendência que precisa
acabar. A transição de um palhaço para um profeta é uma metamorfose
extremamente difícil.” (5)
(...)
Imaginem
um jovem entre centenas de outros, ansiosamente procurando seu nome nas
listas afixadas nas paredes na universidade a fim de saber se foi
aprovado ou não no vestibular. De repente surge um amigo com um sorriso
largo e com os braços abertos, dizendo: “parabéns, você foi aprovado”. O
jovem dá-lhe um abraço apertado, pula, grita, ri, chora, comemora...
Depois de alguns minutos de euforia, aquele “amigo” diz: “É brincadeira;
seu nome não consta entre os aprovados”. Se você fosse aquele
vestibulando, como reagiria? Pense nisto: Se você corretamente não
admite brincadeiras com coisas sérias, o Evangelho, que envolve vida e
morte eternas seria passível de brincadeiras, de gracejos? A pregação é
assunto para profetas, não para palhaços. Pensemos nisso.
Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa é professor
de Teologia Sistemática e Teologia Contemporânea do Seminário Teológico
Presbiteriano Rev. José Manoel da Conceição e integra a equipe de
pastores da Igreja Presbiteriana de São Bernardo do Campo.
Notas:
(1) Esta parábola é contada por Kierkegaard (1813-1855) e aplicada nas obras de Harvey Cox, (A Cidade do Homem, 2ª ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1971, p. 270) e J. Ratzinger (Introdução ao Cristianismo, São Paulo, Herder, 1970, p. 7-8). Todavia a aplicação que ambos fazem é divergente entre si. E a que faço é diferente da de ambos.
(2) Marvin R. Vincent, Word Studies in the New Testament, Peabody, MA., Hendrickson Publishers, [s.d.], Vol. 4, (2Tm 4.3), p. 321.
(3) Iain Murray, A Igreja: Crescimento e Sucesso: In: Fé para Hoje, São José dos Campos, SP., Fiel, nº 6, 2000, p. 27.
(4) A.R. Vinet, Pastoral Theology: or, The Theory of the Evangelical Ministry,2ª ed. New York, Ivison, Blakeman, Taylor & Co. 1874, p. 189.
(5) Albert N. Martin, O Que há de Errado com a Pregação de Hoje?, São Paulo, Fiel, (s.d.), p. 23.
A Música do Zaquel À Luz da Palavra de Deus

“Como Zaqueu, eu quero subir / O mais alto que eu puder / Só pra te ver, olhar para Ti/ E chamar tua atenção para mim/ Eu preciso de Ti, Senhor/ Sou pequeno demais/ Me dá a tua paz/ Faço tudo pra Te seguir/ Entra na minha casa/Entra na minha vida/Mexe com minha estrutura/ Sara todas as feridas/ Me ensina a ter santidade/Quero amar somente a Ti/Pois o Senhor é o meu bem maior/Faz um milagre em mim”.
O pastor americano Joel Beeke, um dos mais eminentes defensores da fé cristã de matiz reformado, afirmou, certa feita, num artigo reproduzido pela Revista dos Puritanos, que nenhum crente tem desculpa para cantar hinos que, explicitamente, apresentam, em suas letras, erros doutrinários, assertivas que não encontram amparo nas Escrituras sagradas. A Fé Reformada, a que mais fielmente espelha a Revelação de Deus presente nas Escrituras sagradas, põe a Palavra de Deus no ponto mais alto de todas as nossas cogitações teológicas, toda a nossa espiritualidade. Esse é o sentido de afirmarmos ser a Palavra de Deus a nossa regra única de fé e prática, fonte normativa e autoritativa, a qual devemos submeter, cativa, a nossa consciência.
É claro que nem sempre agimos assim, dada a nossa pecaminosidade e, também, pelo fato de não sermos perfeitos ainda. Contudo, é nosso dever empreender toda a diligência no sentido de compatibilizarmos o nosso sentir/pensar/fazer com aquilo que Deus ensina em sua santa Palavra. Isso inclui, obviamente, o que cantamos em nossos ajuntamentos solenes, dado que hoje, sobretudo no âmbito da realidade inerente à igreja evangélica brasileira, temos, lamentavelmente, cantado muitas músicas que atentam, flagrantemente, contra a Palavra de Deus.
Músicas que, habilmente trabalhadas pelo cultura pragmática do mercado, transformam-se, de uma hora para outra, em arrebatadores sucessos de venda, passando a ser cantadas dentro e fora do arraial cristão, sem que a igreja tenha o cuidado devido de submeter tais canções ao crivo das Escrituras sagradas. Quando isso acontece, e é o que tem acontecido nesta triste e problemática gospelização da música evangélica, então nós cometemos pecado, ao emprestarmos os nossos lábios para reproduzirem enganos teológicos e inverdades que podem até embalar as nossas emoções, mas não fazem justiça ao que Deus revelou em Sua santa Palavra.
Portanto, o presente artigo, ao analisar perfunctoriamente uma das letras de maior sucesso de vendas dos nossos dias, não tem a pretensão de atingir a quem quer que seja, nem muito menos colocar sob a égide da suspeição a experiência de salvação de nenhum irmão. Longe de nós tal postura. Agora, diante de letras que, decididamente, desarmonizam-se com as Escrituras sagradas, é dever de todo crente que ama a Palavra de Deus, trazer uma palavra de reflexão que nos leve avaliar com mais profundidade o tipo de música que tem ocupado lugar de destaque em nossas igrejas e em nossos cultos.
Examinemos, pois, a letra da música posta como epígrafe deste artigo e explicitemos as razões bíblico-teológicas por que a julgamos problemática do ponto de vista doutrinário.
Em primeiro lugar, a ênfase da canção repousa na figura de Zaqueu, encarado na aludida música como modelo comportamental a ser seguido. Enfatiza-se, aqui, a ação de Zaqueu, o fato de ele ter subido na árvore para ver Jesus, atribuindo-se ao seu gesto o fator determinativo para o alcance da bênção de Deus. E, mais que isso, louva-se a performance que ele exibiu, supostamente capaz e atrair para si o favor e a atenção do Senhor Jesus Cristo.
Ora, e desde quando somos nós que fazemos alguma coisa capaz de motivar a Deus a nos amar e a vir em nosso socorro com a sua graça salvadora? Se há em nós alguma realidade que nos torna merecedores do favor de Deus, então, como diria Paulo, a graça não é graça, e ferido de morte está o coração do evangelho de Cristo, alicerçado, todo ele, não no homem pequeno, fraco e pecador, mas, sim no Deus grandioso, forte, santo e gracioso. Admitir que haja em nós o poder de chamar a atenção do Senhor Jesus Cristo é apenas um passo para conduzir-nos ao evangelho legalista, estribado, não no Deus fez e faz por nós, mas sim naquilo que nós podemos fazer para ele.
Depois, pedir ao Senhor que entre em nossa vida é pressupor que Ele está do lado de fora, o que é indisfarçavelmente incongruente, afinal das contas, a partir do instante em que o Espírito Santo nos regenera, nós nos tornamos morada definitiva do Senhor. E, definitivo, aqui, é definitivo mesmo. O Espírito Santo e, por extensão, o Pai e o Filho habitam perenemente no coração de todos os que, pela pregação do evangelho, nasceram de novo e passaram a ser novas criaturas.
Um outro ponto importante é que todo crente de verdade em Jesus Cristo já é portador da sua paz, não a paz concebida como ausência de conflitos ou encarada como um mero estado de espírito marcado por absoluta serenidade. Mas a paz decorrente de um coração que foi perdoado e teve cancelada a culpa do pecado. A paz resultante de uma consciência que foi purificada pela Palavra de Deus e pelo sangue de Jesus Cristo. A paz que, fruto da graciosa obra da justificação pela fé somente, é sinal inamovível de que vivemos uma nova relação com Deus, mediada por Jesus Cristo e vivificada pelo poder do Espírito Santo.
Por outro lado, quando vemos multidões e mais multidões cantando certas canções ditas evangélicas, motivadas muito mais pelo romantismo das letras, pelo envolvimento rítmico-melódico que elas exibem, mas sem nenhum compromisso efetivo com o Senhor Jesus Cristo, então devemos nos preocupar seriamente com o conteúdo daquilo que está sendo cantado. Na verdade, grande parte da hinografia evangélica dos nossos dias tem um caráter apenas terapêutico. São músicas cantadas, não para exaltar ao Senhor glorioso que em Jesus Cristo manifestou uma poderosa e eterna salvação, mas sim para massagear o ego inflado e pecaminoso de pessoas que tem encarado o evangelho que está sendo pregado hoje, na verdade um falso evangelho, apenas como uma fonte para saciar os seus caprichos carnais e mundanos. São músicas cantadas, não para dar relevo aos grandes e excelentes atributos de Deus, indeléveis expressões do Seu caráter santo, mas sim para levar o homem a continuar cultivando um estilo de vida absolutamente egocêntrico em seu viver cotidiano. Onde estão as canções que falam de arrependimento, novo nascimento, fé salvadora, justificação, santificação, céu, Deus, Jesus Cristo? Estão em franco processo de vergonhoso desaparecimento. Em seu lugar, entronizaram-se canções humanistas, centradas inteiramente no homem.
Por mais que essa canção de Zaqueu seja norteada por aliciante tonalidade melódica, e que tenha caído no inquestionável gosto popular de evangélicos e não evangélicos, é nosso dever avaliá-la à luz da Palavra de Deus, pois, como assevera, lucidamente, Joel Beeke, não temos desculpas para cantarmos erros doutrinários. Que Deus nos dê discernimento.
JOSÉ MÁRIO DA SILVA
PRESBÍTERO
Os Fundamentos da Alegria do Cristão!
OS
FUNDAMENTOS DA ALEGRIA DO CRISTÃO
Embora viva em um mundo caído,
debaixo do pecado e exposto ao santo juízo de Deus, o cristão, frequentemente
sujeito a toda espécie de sofrimento, tem sobrantes razões para cultivar, nas
regiões mais profundas do seu coração, a genuína alegria, a que nasce não das
circunstâncias provisórias da existência, mas, sim, enraíza-se em Deus e nEle
tem a sua suprema e indesviável fonte.
As alegrias do mundo, legítimas
muitas delas, são sempre muito passageiras, igualando-se, vezes sem conta, a
uma neblina que sobe e, rapidamente, se desvanece no ar, completamente
desprovida de consistência. Ao contrário, a alegria que o Senhor proporciona
aos seus filhos é sólida, emerge de uma real compreensão que Ele nos concede
acerca da realidade e do sentido último da vida, ampara-se no solo das
motivações verdadeiramente corretas do coração e, por fim, exibe implicações
para a eternidade.
A primeira razão pela qual um
cristão desfruta da verdadeira alegria é porque ele tem a plena convicção de
que a sua vida não é uma obra do acaso; de que ele não está no mundo
gratuitamente, sem finalidades, nem propósitos. Ele sabe que não é, como certa
vez apregoou o desesperado sistema filosófico-existencial de Jean Paul Sartre,
“uma paixão inútil”. Ele sabe que é
uma obra-prima das mãos de um Criador sábio, santo e Todo-Poderoso, que o
trouxe à existência por pura graça e lhe conferiu o mais sublime projeto de
vida: viver para a glória e louvor de quem o criou de modo tal especial.
As velhas indagações: quem sou
eu? De onde vim? Que estou fazendo aqui?(que tanto tormento têm trazido à alma
dos homens de todas as gerações) podem, à luz das Escrituras Sagradas,
encontrar respostas que serenam a mente e conferem paz e firmeza ao coração.
Somos a imagem e semelhança de Deus. Procedentes da sua magnífica criação. E
estamos aqui, no mundo, para glorificá-lO em cada detalhe do nosso viver, até o
dia em que estaremos com Ele para sempre, no céu de luz embeleza pela formosura
indizível da sua terna presença.
Isso traz alegria perene ao
cristão. A segunda razão pela qual um cristão pode experimentar real alegria em
seu viver decorre do fato dele saber que, a despeito do seu pecado, da sua
queda, inicialmente materializada na transgressão histórica de Adão e Eva e,
continuamente, reatualizada pelos pecados que nós mesmos cometemos, fruto de
uma natureza moral que se tornou congenitamente corrupta, Deus, em sua infinita
misericórdia e insondável amor, providenciou, em Cristo Jesus, uma grande e
eterna salvação. Salvação essa que foi urdida nos arcanos imemoriais da
eternidade e, ato contínuo, encontrou a sua plena consumação na morte e
ressurreição de Jesus Cristo, ocorrida, no palco concreto da história, há dois
mil anos.
Nessa magnífica obra da
Trindade, o cristão encontra razões multiplicadas para cultivar uma segura e
fundamentada alegria, a despeito das inúmeras adversidades com as quais se
depara em seu, por vezes atribulado, cotidiano. Alegramo-nos pelo fato de Deus
nos ter elegido para a salvação, antes da fundação do mundo. Alegramo-nos pelo
fato de Jesus Cristo, em obediência ao Pai e em santo amor sacrificial por cada
um dos seus escolhidos, ter, voluntariamente, assumido o nosso lugar na cruz,
morrido em nosso favor e, desse modo, conquistado para nós o precioso e
imerecido dom da vida eterna. Alegramo-nos pelo fato de o Espírito Santo, pela
instrumentalidade da pregação do evangelho, ter aberto os nossos olhos,
iluminado a nossa mente e, por fim, aplicado ao nosso ser, integralmente, as
perfeitas e poderosas virtudes da obra que Cristo realizou no calvário com o
fito maior de resgatar o seu povo da escravidão do pecado e conduzi-lo ao seu
reino glorioso. Alegramo-nos pelo fato de o Espírito Santo nos ter regenerado,
concedido arrependimento e fé salvadora, nos ter unido a Cristo, enfim, nos ter
selado definitivamente e se tornado o penhor da nossa eterna e inabalável
herança. Alegramo-nos pelo fato de o Senhor nos ter inserido em sua igreja,
solene ajuntamento de todos os salvos, e, dia após dia, nos guiar com a sua “Lei, que é perfeita e restaura a alma”,
conforme pontua a inspirada afirmação do salmista bíblico (Salmo 19.7).
Alegramo-nos pelo fato de podermos cultuar ao Senhor, ouvir a exposição da sua
majestosa Palavra e a ela responder com fé, obediência, amor, serviço e
adoração em Espírito e em verdade.
A terceira razão pela qual
podemos verdadeiramente nos alegrar no Senhor é por sabermos, de conformidade
com o que nos é ensinado nas Escrituras Sagradas, que o Senhor é soberano,
controlador supremo da história, e que tem as nossas vidas, nos seus detalhes
mais imperceptíveis, na palma das suas poderosas, sábias e santas mãos.
Um dos mais emblemáticos e
soberbos exemplos dessa consoladora verdade pode ser flagrantemente detectado
na Epístola de Paulo aos Filipenses. Preso, provavelmente na cidade de Roma,
por causa da sua fidelidade a Cristo e ao seu evangelho, Paulo não permite que
do seu coração brote o mais leve vestígio de amargura, a mais tênue sombra de
ressentimento e inconformidade com a situação em que se encontra. Em nenhum
momento, atribui ao poder temporal a causa do seu infortúnio.
Pelo contrário, com os olhos
fitos na soberania do Deus que tudo planeja e executa conforme o conselho da
sua “boa, perfeita e agradável vontade”
(Romanos 12.2b), sabe que “aquele que
começou a boa obra em vós irá aperfeiçoá-la até o dia de Cristo Jesus Cristo”
(Filipenses 1.5b). Sabe, também, que “as
coisas que me aconteceram contribuíram para o avanço do evangelho
(Filipenses 1.12b). Sabe, de igual modo, que, enquanto ele está preso, a
Palavra de Deus está solta, plenamente livre e executando no coração dos
eleitos de Deus, a eficaz obra da salvação. Sabe, por fim, que, em qualquer
circunstância, opulência ou escassez, honra ou humilhação, acolhimento ou
desprezo, “O meu Deus suprirá todas as
vossas necessidades, segundo sua riqueza na glória de Jesus Cristo”
(Filipenses 4.19).
Por causa essas convicções,
centradas em Deus e na completa munificência do seu poder, o apóstolo Paulo
pôde ter feito da alegria o grande tema da sua canônica carta. Assim, cada
cristão recebe de Deus a graça de poder viver com real e genuína alegria. Alegria
que não é, que fique bem claro, resultado de uma avaliação alienada e
fantasiosamente otimista da dura realidade da vida, com a qual nos deparamos
todos os dias, mas, sim, alegria que, fruto do Espírito Santo, é marca
indelével da vida de quem encontra em Deus a indesviável e indisputável razão
da sua existência. “Alegrai-vos sempre
no Senhor; e digo outra vez: Alegrai-vos” (Filipenses 4.4). SOLI DEO GLORIA
NUNC ET SEMPER.
JOSÉ
MÁRIO DA SILVA
PRESBÍTERO
Protestantismo Pau-brasil (vale a pena ler!)
É preciso pensar o protestantismo pau-brasil! Protestantismo do país pentacampeão, pentasecular, pós-pentecostal, perigosamente problemático, praticamente pós-moderno! Para pensar, em prolegômenos, o protestantismo principiante do principal país português, precisamos proferir palavras propriamente planejadas, previamente preparadas, pesquisando os períodos do protestantismo pau-brasil: partindo-se do pioneiro e principiante, e prosseguindo até o presente e pós-moderno. Possivelmente poderemos prosseguir pincelando o painel polimorfo protestante! Podemos prosseguir? Perfeitamente!
O primeiro protestantismo é o principiante, o primogênito. Primaveril! Parece-me plácido, progressista, platônico e promissor. Produziu profusamente pastores, presbíteros, pregadores e professores. Padeceu perigosamente pelo poder dos padres, pois era protestantismo de persuasão! Porém, prosseguiu, proclamando a Palavra. Para os pesquisadores, pendia para a perspectiva pró-saxônica. Por isso, pasmem! Perdeu a possibilidade de preconizar uma perspectiva protestante pau-brasil. Praticou a perigosa polarização, protelando um protestantismo palpavelmente pentacampeão, um protestantismo perfeitamente pau-brasil. Podemos permanecer perplexos!
Pouco passou para o protestantismo preguiçoso projetar-se. Perfeito protetor do passado, o protestantismo preguiçoso priorizou a preservação do pretérito! Progressista e paleozóico, pôs em prisão a profecia! Pôs-se a prosseguir paulatinamente pelo pavimento pachorrento da postergação. “Podemos praticar posteriormente”, pensavam. Para que pressa? Pianissimamente, premiou os prelúdios e os poslúdios. Preconizou as prerrogativas de uma prepotência possivelmente putrefata! Pouco pôde prevalecer, pois permitiu a pluralização parcimoniosa do protestantismo principiante! Era pouco popular, porém pertencia ao “pequeno povo”. Ponderado, premeditado, predeterminado, parou! Praticamente parou! Parou por que? Petrificou! Petrificou para propalar o paternalismo, preservando o personalismo profundamente presente no povo pau-brasil. Pareceu-me parcialmente paranóico, permeado pelo pavor: pavor de prosseguir, pavor de permutar, pavor de prejudicar o passado! Puxa!
O protestantismo posterior é o protestantismo pró-pentecostes! Pôs os preteristas em polvorosa! Passou a possuir o perfil de protestantismo propagador! Pareceu prejudicar os plácidos e praticar a preteritoclastia! Passou a pender para uma perspectiva possivelmente pau-brasil. Porém, perseguiu o prazer e profetizou a proibição! Prosseguiu proclamando um protestantismo de Parusia. Passou a pregar pomposamente! Porém, passou a possuir a preferência dos pobres. Pôde pregar e profetizar propriamente para os pobres, os paupérrimos, os piores pervertidos e os pretos preteridos pelos poderosos perversos. Precipitadamente, preferiu o profeta e preteriu perigosamente o professor! Possivelmente por isso, passou a pulverizar. Pulverizou em partículas pequeninas, precipitando-se num perfil pavorosamente perturbador! Pôs-se a projetar pontífices próprios. Passou a prognosticar, promover prodígios, perseguir principados e potestades. Proporcionou e potencializou plenamente o perfil polimorfo do protestantismo presente.
Paralelamente, projetou-se o protestantismo possivelmente pró-proletariado. Propulsionado por perspectivas políticas, pendeu para um posicionamento predominante em parte do planeta que preconizava a polarização “proletariado-poderosos”. Posicionamente que pulula! Pareceu-me prioritariamente político. Passou a preterir o púlpito, e permutou-o pelo palanque. O pastor-pregador preferiu passar-se por político-prometedor. Perderam-se os papéis! Passaram a praticar a parcialidade, pixando os pecados perversos dos povos poderosos, pisoteando os principais da pirâmide do poder. Porém, politicamente predeterminados, passaram a prender a Palavra para poupar os perversos que possivelmente protegiam o proletariado e praticavam os próprios pecados dos poderosos. Pode? Perdidos, passaram a piscar passionalmente para o pensamento pós-cristão, para os profetas das psicologias prevenidas para com a Palavra e para uma pulverização pós-moderna e perdida do próprio pensamento. Perderam a perspectiva! Preteriram o porto da partida. Procuram o porto promissor, possivelmente perdidos em perspectivas e prazeres passageiros. Papelão! Que Papelão!
Prometendo progredir, pretendo pensar no perfil do protestantismo posterior, o protestantismo pós-pentecostal. Plenamente pós-moderno, é prenhe de problemas perigosíssimos. É perfeitamente paliativo. Passou a proporcionar aos pobres a perspectiva dos poderosos: a prata pode preencher e é prioridade. É o protestantismo do poder, da prosperidade e da psicose. O pastor-profeta passou a possuir o perfil papagueador-promotor. Passa-se por psicólogo, e péssimo psicólogo! Pulverizados na perscrutação da Palavra, porém perversamente projetados pela pragmática da prata, preferem preterir e pisar as palavras dos principais pensadores do próprio protestantismo. Os pós-pentecostais prescrevem práticas parvas e pueris! Proclamam perspectivas perdidas, pisoteando a precisão do pensar! Preconizam pensamentos paliativos! Parecem predeterminados a promover o perecimento pleno dos próprios pobres. Para os pesquisadores, é pretenso protestantismo! Prostituiu-se! Perdeu-se em promiscuidade! Pobre protestantismo! Pobre protestantismo! É preciso praticar o pranto!
Paremos com o pessimismo, pois o protestantismo é promissor, pujante e prevalecente. Precisamos pensar e praticar passionalmente o protestantismo parelhado com a Palavra. Para podermos prevalecer, precisamos ponderar e prosseguir. A primeira ponderação é a prioridade da Palavra. Pressuposto primordial! Precisamos pesquisar, perquirir e perscrutar a Palavra. Propulsionados pelo perscrutar persistente da Palavra do Pai poderemos perfeitamente prosseguir. Os preceitos da Palavra perfazem o próximo passo. Precisamos praticar os preceitos do Príncipe da Paz. Palavra e Prática prosseguem em par! Por fim, penso que precisamos priorizar a prece. Perscrutar e praticar a palavra prepara o profeta, o pregador, o pastor a proferir palavras para o Pai Perene. Praticar a prece profetiza o prevalecer perpétuo pelo poder do Pai.
Palavra, Preceito e Prece. Perfil perpétuo para o povo do Pai Perene e do Príncipe da Paz.
Para sempre permanece a Palavra … (Psalmus 119.89)
Pr. Luiz Sayão
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